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Ponta Grossa – Dois atentados a juízes em menos de 20 dias, depois de anos a fio sem nenhum registro de caso grave envolvendo o Judiciário, preocupam a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar). Na ocorrência mais recente, o juiz Raul Vaz da Silva Portugal, responsável pela 2.ª Vara Criminal de Ponta Grossa, teve o apartamento alvejado por balas.

O presidente da Amapar e desembargador do Tribunal de Justiça (TJ), Paulo Roberto Vasconcelos, solicitou reforço na segurança – para o juiz de Ponta Grossa e para todos os fóruns do estado. "Acreditamos que em razão de fatos envolvendo o Judiciário ocorridos em outros estados, os criminosos do Paraná estão se sentindo mais à vontade para agir", destaca. Ele reforça que são necessárias providências imediatas para garantir que os juízes possam continuar trabalhando com autonomia e tranqüilidade.

Os casos

Na madrugada de terça-feira, enquanto a família dormia, quatro disparos de pistola Ponto 380 acertaram o vidro da janela da sala. Ninguém se feriu. Dois homens, em um Corsa branco, dispararam contra o prédio, com o veículo ainda em movimento. O porteiro não conseguiu anotar a placa do carro. O juiz é filho do desembargador Clotário de Macedo Portugal Neto, que ocupa a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.

As investigações estão centradas em duas linhas: vingança de algum criminoso condenado e ação de traficantes. Mas não estão descartadas as possibilidades de atuação de organizações criminosas ou de que os tiros eram destinados para outro apartamento do prédio.

O atentado não teria a intenção de matar alguém, já que os disparos foram feitos, da rua, em direção ao quinto andar do edifício. "Foi uma tentativa de intimidação", reconhece a delegada Araci Carmen Costa, responsável pela investigação.

O delegado Noel Muchinski da Mota destacou que o vasto número de pessoas condenadas pelo juiz aumenta a quantidade de suspeitos. O magistrado também é conhecido por ser rigoroso. "Ele é ‘caneta dura’, com sentenças pesadas e bem embasadas", conta Muchinski. Quatro agentes e um delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) foram designados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública para acompanhar as investigações.

O primeiro caso ocorreu no dia 8 de setembro, quando as casas do juiz José Fóglio Júnior e da promotora Patrícia Macedo, de Primeiro de Maio, no Norte do Paraná, também foram alvejadas. A polícia já desvendou o caso e prendeu os criminosos. A ação foi uma represália de ex-detentos descontentes com a prisão.

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