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Ônibus voltaram a ser incendiados em Santa Catarina na madrugada desta quarta-feira | Diário Catarinense/Cristiano Estrela
Ônibus voltaram a ser incendiados em Santa Catarina na madrugada desta quarta-feira| Foto: Diário Catarinense/Cristiano Estrela

Richa demonstra preocupação com atentados em SC

O governador Beto Richa (PSDB) disse nesta quarta-feira (14) que o estado do Paraná monitora os atentados em Santa Catarina e a onda de violência em São Paulo para evitar que "isso se instale também no estado do PR".

"Estamos acompanhando o que esta acontecendo em São Paulo e também em Santa Catarina. Estamos monitorando essas ações e tomando as medidas necessárias para evitar que isso se instale também no estado do Paraná", disse Richa.

Leia matéria completa.

Vídeo mostra presos agradecendo por ações criminosas

Um vídeo gravado dentro do presídio de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, em Santa Catarina, mostra dois detentos agradecendo outros presos pela onda de violência na capital catarinense. O vídeo foi divulgado no fim da tarde desta quarta-feira (14) pela televisão local. Na gravação, os presos Rodinei do Prado e Adílio Ferreira, conhecido como Cartucho, agradecem os comparsas pelo "apoio e empenho em prol da facção". Em outro trecho, Rodinei informa detalhes de um assalto a um supermercado e sobre a chegada de drogas e armas vindas "de um contato bom lá de cima".

Para o presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) em Santa Catarina, Renato Hendges, criminosos paulistas estariam ordenando bandidos de Santa Catarina a cometerem os crimes no estado. (Agência Estado)

Moradores de Florianópolis deixam de usar o transporte coletivo

Milhares de passageiros que utilizam o transporte coletivo em Florianópolis deixaram de tomar o ônibus nesta quarta-feira (14) com medo de novos ataques, após a onda de violência no estado.

Moradores que pediram para não ser identificados, principalmente do zona norte de Florianópolis, região mais afetada pelos ataques, temem que a situação fuja do controle. "Moro aqui há mais de 20 anos e nunca vi nada parecido nem na época em que eu morava em São Paulo", desabafa uma moradora do bairro Ingleses.

De acordo com a empresa de transporte coletivo Canasvieiras,o prejuízo apenas com dois coletivos incendiados - um na segunda-feira (12) e outro na terça - ultrapassa R$ 600 mil. Os ônibus não possuíam seguro. (Agência Estado)

  • Florianópolis: bombeiros apagam incêndio na madrugada de quarta
  • Ônibus ficou destruído depois de atentado na capital de SC na madrugada desta quarta-feira
  • Atentados em SC atingiram cinco cidades na noite de terça e na madrugada de quarta
  • Bombeiros trabalham após ataques na capital catarinense na madrugada de terça-feira
  • Registro de ônibus incendiado, em Florianópolis, na madrugada de terça-feira
  • Base da PM também foi atacada na Grande Florianópolis

A série de atentados que atinge Santa Catarina desde a última segunda-feira (12) pode ter relação com facções criminosas. Pela primeira vez, a Polícia Militar de Santa Catarina admitiu essa possibilidade, mas afirmou que as ações são isoladas e que os suspeitos têm o objetivo de intimidar o estado. Na tarde desta quarta-feira (14), a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina retificou o número de detidos desde a noite desta terça (13). Segundo o órgão, 27 pessoas, sendo 12 adolescentes, foram levadas para delegacias da região. Mais cedo, a secretaria havia contabilizado a detenção de 36 pessoas.

O serviço de inteligência da PM investiga se há relação entre os atentados e também tenta investigar de onde partiram as ordens para os atos criminosos, de acordo com o jornal Diário Catarinense.

Veja fotos dos atentados em SC

O discurso das autoridades catarinenses é diferente do apresentado na terça-feira, quando a cúpula da segurança pública de Santa Catarina não confirmou se a série de ataques tem ligação com o assassinato, em outubro, da agente prisional Deise Fernanda Melo Pereira Alves, esposa do diretor da penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves. "É uma das linhas de investigação, mas não podemos afirmar nem negar", afirmou o secretário de Segurança Pública, César Grubba.

A ligação entre os casos ganhou força com a divulgação de imagens feitas na semana passada dentro do presídio. Os presos instalaram um celular com câmera para registrar a entrada na cela de agentes prisionais. Os agentes, liderados pelo marido da mulher assassinada, usaram de força para conter os presos. A cúpula da segurança minimiza o caso.

"O que nos foi mostrado até aqui representa uma ação legítima. Houve uso progressivo da força para evitar rebelião. Antes da entrada na cela, um preso havia tentado dominar um agente (imagens do circuito interno flagraram a ação). Precisávamos conter a situação no presídio", defendeu Leandro Antônio Soares Lima, diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap).

A agência de inteligência da Secretaria de Segurança Pública teria interceptado mensagens de celular entre integrantes de uma facção criminosa ordenando os ataques. "É para sair para pista e sentar o dedo nesses vermes do Deap e taca (sic) fogo no busão, em resposta a covardia em São Pedro", dizia a suposta mensagem divulgada na imprensa local.

Atentados em cinco cidades e suspeitos presos

O estado de Santa Catarina foi alvo de atentados pela segunda noite consecutiva. Pelo menos 16 incidentes foram registrados em cinco cidades na noite de terça-feira (13) e na madrugada desta quarta-feira (14). Os municípios de Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Navegantes e Criciúma foram alvo de atentados.

De acordo com o jornal Diário Catarinense e a Agência Brasil, 21 pessoas suspeitas de participar da série de atentados foram detidas em Florianópolis, Itajaí e Palhoça. Quinze adolescentes foram apreendidos pelo mesmo motivo nas duas primeiras cidades.

Os suspeitos de Palhoça carregavam garrafas pet com gasolina no momento em que foram abordados pela Polícia Militar. Os detidos de Itajaí também estavam com gasolina e preparavam coquetéis molotov, segundo o jornal.

Assim como na primeira noite, ônibus do transporte coletivo foram incendiados na capital e nas outras quatro cidades. Em Itajaí, também houve registro de ataques contra garagens de ônibus e carros particulares. Novas ações foram adotadas nesta madrugada, de acordo com o Diário Catarinense. O trânsito foi bloqueado na Avenida Ivo Silveira, em Florianópolis, ao se colocar fogo em lixo. Ainda na capital, a 2ª. delegacia foi alvo de tiros. O mesmo ocorreu com o Presídio Santa Augusta, em Criciúma.

Atentados da madrugada de quarta-feira

Na capital, no início da noite de ontem, moradores de uma comunidade da parte continental colocaram fogo em caçambas de lixo e bloquearam uma das principais avenidas da região. O protesto teria relação com os maus-tratos a presos ocorridos na penitenciária de São Pedro de Alcântara (na região metropolitana de Florianópolis).

Policiais usaram balas de borracha para dispersar os manifestantes e fizeram buscas durante toda a madrugada na região.

Por volta das 21h30, dois homens encapuzados e armados entraram em um ônibus do transporte coletivo, mandaram os passageiros descer e atearam fogo. A ação foi no bairro Ingleses, no norte da ilha. A região foi o principal alvo dos ataques da noite anterior, quando dois ônibus e um carro foram incendiados.

Moradores da região relatam momentos de pavor. O pintor Rogério Furtado diz que ouviu pessoas gritando logo após o ataque ao coletivo. "Antes a gente só via isso na TV. Agora acontece na porta da nossa casa. Não tem como não ficar assustado", afirma. Criminosos também atiraram contra dois prédios da Segurança Pública. No bairro Ingleses a central de vídeomonitoramento teria sido alvo de tiros minutos depois do ataque ao ônibus. Segundo o Major João Carlos Neves, nenhum projétil ou marca de tiro foi encontrado. "Vizinhos é que relataram ter ouvido tiros."

E por volta da meia-noite, a delegacia do Saco dos Limões também foi alvo de tiros. Na noite anterior o local já havia sofrido um atentado, quando um veículo da Polícia Civil foi incendiado.

Entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, a maioria dos ataques criminosos ocorreu na região do Vale do Itajaí. Por volta das 22h e 22h30, criminosos encapuzados entraram em dois ônibus em Navegantes, mandaram os passageiros descer e atearam fogo.

Em Itajaí, cinco veículos foram incendiados. Foram três ataques diferentes na cidade. Em um deles, criminosos jogaram um coquetel molotov em um ônibus usado por uma empresa para transporte de funcionários. Em outras duas ações, os bandidos atearam fogo em veículos estacionados na rua.

Seis homens e três adolescentes foram presos em Itajaí. Com eles foram encontradas armas, garrafas com combustível e estopa, segundo a assessoria da PM.

Em Blumenau, outro coletivo foi queimado. Na noite anterior a cidade já havia sofrido dois ataques criminosos. Desde o início da noite de terça-feira, policiais militares escoltavam ônibus em regiões de maior risco, segundo o comandante Álvaro Luiz Alves. Duas pessoas foram detidas na cidade ontem.

Em Criciúma, dois ônibus e um carro estacionado na rua foram incendiados. Policiais militares escoltaram coletivos depois dos ataques e os terminais de ônibus foram fechados por volta das 23 horas. Também em Criciúma, bandidos dispararam contra o Presídio Santa Augusta. Ninguém ficou ferido.

Já em Palhoça, duas pessoas foram detidas sob suspeita de tentarem incendiar um ônibus. Na terça-feira, o secretário de Segurança Pública, César Grubba, afirmou que os ataques ocorrem de forma isolada, em um processo de "imitação de São Paulo". Segundo Major Neves, os turnos de policiais foram ampliados para intensificar o patrulhamento das ruas. "Estamos todos em alerta."

Primeira noite de atentados

Florianópolis viveu 12 horas de terror na noite de segunda e madrugada desta terça, lembrando a série de atentados contra policiais em São Paulo. Em poucas horas, os bandidos atearam fogo em dois ônibus, no norte de Florianópolis, em uma viatura da Polícia Militar e no carro particular de um policial civil. A onda de terror também resultou no ataque com oito tiros, a 1h desta terça, contra uma base da polícia em Palhoça, cidade vizinha à capital.

Em Blumenau, na manhã desta terça, o presídio regional também recebeu ataque a tiros, mas, segundo a polícia, os suspeitos foram presos e não há ligação com os atentados em Florianópolis.

Veja fotos dos atentados em SC

Atentados em SC

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