• Carregando...
Varlete em frente da casa e do carro atingidos pelo Cessna | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Varlete em frente da casa e do carro atingidos pelo Cessna| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

FAB não tem prazo para concluir laudo

O Centro de Investigação e Pre­venção de Acidentes Ae­ro­náuticos (Cenipa), da Força Aé­rea Brasileira (FAB), não tem pra­zo para concluir as investigações sobre as causas da queda do monomotor no dia 30 de agosto no Aeroporto Baca­cheri. Uma equipe de Porto Alegre (RS) esteve em Curitiba após o desastre, mas os trabalhos estão em andamento.

Segundo a assessoria de imprensa da FAB, a investigação é sigilosa. A equipe que esteve em Curitiba, segundo a FAB, já realizou perícias e entrevistas para compor um relatório formal. O prazo, entretanto, depende da complexidade do acidente aéreo. O intuito da investigação, explica a FAB, é a prevenir que ocorram outros acidentes com aviões do mesmo tipo.

Sobrevivente continua internato em estado grave na UTI em Curitiba

Sobrevivente da queda do avião próximo ao Aeroporto do Bacacheri, o pernambucano Hélio Corrêa segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o quadro dele ainda é grave, mas estável. Corrêa passou por uma cirurgia após a entrada no hospital, mas pode passar por um novo procedimento cirúrgico ainda nesta semana caso a equipe médica responsável avalie ser necessário.

Três casas atingidas pelo avião Cessna C-177 que caiu no dia 30 de agosto depois de decolar do Aeroporto Bacacheri, em Curitiba, ainda estão com lonas sobre boa parte do teto. Tijolos e telhas ajudam a segurar o tecido para que a água da chuva não invada as residências. As famílias, que moram na Rua Nicarágua, esperam há 11 dias uma resposta sobre o ressarcimento dos danos causados pela queda da aeronave. Além da casa atingida, a artesã Varlete Polli também teve o carro avariado no acidente, que matou três pessoas e deixou uma ferida.

O automóvel de Varlete está inutilizado. "Dois mecânicos já vieram ver e disseram que deu perda total. Eu preciso dele para trabalhar, para ir até Almirante Tamandaré (Região Metropolitana de Curitiba). Agora dependo de carona e ajuda de amigos", conta.

Varlete também teve de contar com a boa vontade dos vizinhos para reparar de forma provisória os danos causados pelo monomotor. "Nem a seguradora nem o dono do avião vieram para ver os estragos. Estamos em uma situação de abandono porque ninguém vem nos dar satisfação", reclama.

Ao lado da casa da artesã, a família de Alexander Martins Fernandes também aguarda ressarcimento. O telhado foi danificado e o carro não funciona após partes do avião atingirem o veículo. "O maior problema é o do carro, porque meu pai precisa dele para trabalhar", diz Fernandes.

Danos internos

A ausência de resposta também incomoda os vizinhos da casa em frente à de Varlete. Os aposentados Amil Santos do Rosário e Maria José do Rosário não dormem mais no quarto que ocupavam antes do acidente aéreo. O forro, o armário e as roupas do cômodo ficaram queimados. Onze dias depois, o cheiro de queimado ainda é forte na casa.

No momento do acidente, a porta da frente da residência também ficou danificada e precisou ser substituída. Os sinais de fumaça ainda estão na parede da frente da residência e duas janelas permanecem sem vidros. A família já entrou em contato com o responsável pela aeronave e com a seguradora. Disseram que ninguém vai ter prejuízo, mas até agora ninguém os procurou".

A reportagem tentou contato ontem com o empresário responsável pela aeronave, mas ele informou que não poderia responder aos questionamentos e que atenderia hoje a imprensa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]