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“Eu era agredido, humilhado, ridicularizado, e as vezes que mais doía era quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam, debochavam, se divertiam sem se importar com meus sentimentos (...) Todos precisam saber que existem irmãos, que vocês têm irmãos preparados pra matar e pra morrer em prol da defesa de vocês.” 
“Morri para inspirar vocês irmãos a se defenderem e se fortalecerem. Meu desejo é que se estabeleça uma união entre vocês, que os irmãos mais fortes e corajosos fiquem atentos para proteger os irmãos mais fracos(...) Hoje em dia existe a internet, existem sites que se podem criar comunidades para que os irmãos se encontrem, outros sites possuem conteúdos que ensinam como fazer bombas.” | Reuters
“Eu era agredido, humilhado, ridicularizado, e as vezes que mais doía era quando eles praticavam essas covardias contra mim e todos em volta riam, debochavam, se divertiam sem se importar com meus sentimentos (...) Todos precisam saber que existem irmãos, que vocês têm irmãos preparados pra matar e pra morrer em prol da defesa de vocês.” “Morri para inspirar vocês irmãos a se defenderem e se fortalecerem. Meu desejo é que se estabeleça uma união entre vocês, que os irmãos mais fortes e corajosos fiquem atentos para proteger os irmãos mais fracos(...) Hoje em dia existe a internet, existem sites que se podem criar comunidades para que os irmãos se encontrem, outros sites possuem conteúdos que ensinam como fazer bombas.”| Foto: Reuters

66 massacres em escolas foram registrados entre 1966 e 2011.

8 em cada 10 atiradores que invadiram escolas entre 1966 e 2011 sofriam bullying na escola, segundo estudo do serviço secreto dos Estados Unidos.

76% dos ataques foram realizados por adolescentes.

70% dos ataques aconteceram em escolas americanas. Por dia, 160 mil crianças norte-americanas faltam ao colégio por temer humilhações.

Dois terços dos atiradores agem sozinhos, mas comentam com alguém sobre o plano.

Compensação

Famílias das vítimas serão indenizadas, diz prefeito

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou ontem que as famílias das 12 crianças que morreram na tragédia em Realengo serão indenizadas. Durante um evento na Cidade de Deus, Paes confirmou a indenização às famílias da vítimas.

A prefeitura do Rio, no entanto, ainda não definou o valor da indenização nem quando começarão a ser pagas. As crianças que ficaram feridas na tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira também deverão receber indenização, informou a assessoria da prefeitura.

O prefeito afirmou que já procurou o defensor público geral do estado do Rio de Janeiro e também o procurador-geral do município para conversar sobre os critérios e calcular o valor das indenizações que serão pagas.

  • Fotos de Wellington recuperadas do computador do assassino: planejamento e

Em cinco novos vídeos divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, autor do massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no último dia 7, diz que o bullying sofrido por ele nos anos em que estudou na instituição foi a principal motivação para o crime. Doze crianças morreram e outras 12 ficaram feridas no ataque. Wellington se matou no local.O material divulgado ontem inclui ainda sete fotos – em que Wellington aparece segurando duas armas carregadas – e textos escritos pelo assassino. Os arquivos digitais foram encontrados no computador que o atirador tentou destruir na véspera do massacre, quando colocou fogo na casa em que morava, em Sepetiba. O material mostra a preparação para o ataque e prevê a repercussão do caso, com mensagens dirigidas aos "irmãos", como ele se refere a outras vítimas de bullying (quando um grupo pratica violência física ou moral de forma sistemática contra alguém que não consegue se defender). Lendo textos ou falando diretamente para a câmera, Wellington tenta justificar o assassinato de alunos como uma resposta aos "covardes".

O assassino diz ainda que a escola deve ser um lugar de aprendizado e respeito, e culpa as "autoridades" por omissão. "Se tivessem descruzado os braços antes, provavelmente o que aconteceu não teria acontecido. Eu estaria vivo. Todos os que matei estariam vivos", diz. "Lembrem-se que essas pessoas [que cometem bullying] foram as responsáveis por todas as mortes, inclusive a minha."

A confusão mental de Wel­lington fica mais evidente na gravação que ele fez na véspera do ataque. Ele diz "hoje é quarta-feira, dia 6 de outubro de 2011". O dia, na realidade, era 6 de abril. Além de relatar outra suposta humilhação ocorrida naquele mesmo dia, em um ponto de ônibus, o assassino revela que passou a noite no Hotel Shelton, em Realengo, "para me preparar". Localizada em Cam­pinho, bairro próximo a Realengo, a hospedaria faz parte de uma rede de motéis e cobra por períodos entre quatro e 12 horas. A direção do Shelton não quis se pronunciar. A polícia não confirmou se ele passou a noite no hotel.

Ataque

Em um dos vídeos, Wellington se dirige às pessoas que sofrem bul­lying e revela que planejava um ataque. Ele diz que estava preparado para matar e morrer "em prol da defesa". "Analisando esse cenário, eu percebi que algo precisa ser feito contra esses covardes. Eles precisam saber, todos precisam saber, que vocês [vítimas de bullying] têm irmãos preparados para matar e para morrer, em prol da defesa de vocês", afirma.

No primeiro vídeo, divulgado na terça-feira pelo Jornal Nacio­nal, da Rede Globo, Wellington aparece sem barba e fala sobre o planejamento do crime. Ele diz que fez a gravação dois dias antes do massacre. Na quarta-feira, outro vídeo foi divulgado, provavelmente gravado antes de julho de 2010, o que indica que o crime era planejado no ano passado. Ele diz que as pessoas que o desrespeitaram descobririam quem ele é "da maneira mais radical".

Os "irmãos" a que Wellington se refere são o australiano Casey Heynes, que divulgou na internet um vídeo em que se de­­fen­de de um agressor aplicando um golpe de luta livre; o sul-coreano Cho Seung-Hui, que invadiu o Instituto Politécnico e Universi­dade Esta­dual da Virgínia (EUA), em 2007, matando 32 pessoas; e o brasileiro Edmar Aparecido Frei­tas, que em 2003 feriu oito pessoas em um colégio em Taiúva (SP) e se matou. Wellington os descreve como "ícones na luta contra os infiéis".

Até agora foram revelados sete vídeos. Seis deles foram recuperados de discos rígidos de computador apreendidos na casa do atirador. O sétimo, de origem desconhecida, segundo a polícia, foi exibido pelo Jornal Nacional de terça-feira. A polícia deu o caso como encerrado: Wellington agiu sozinho e cometeu suicídio. Seu corpo ainda está no Instituto Médico-Legal e não foi reclamado por familiares.

Aluno mata colega e diz que era humilhado

Um adolescente que se disse vítima de bullying matou na quarta-feira um colega com golpes de faca na cidade de Corrente, no interior do Piauí. Segundo o delegado Fabrício Gois, o adolescente de 14 anos que cometeu o assassinato disse à polícia que era "agredido quase todos os dias física e verbalmente". O ataque ocorreu no pátio da escola, quando os alunos esperavam pelo ônibus. O adolescente desferiu um golpe na virilha e outro no pescoço do colega.

Ontem, um estudante de 14 anos foi apreendido com uma pistola 380 próximo ao portão da Escola Estadual Cid de Oliveira Leite, em Ribeirão Preto, a 313 quilômetros de São Paulo. Segundo a polícia, ele mostrou a arma a um amigo, sem entrar na unidade.

Em Alagoas, o Ministério Pú­­blico Federal vai investigar uma denúncia de bullying em uma Escola Estadual de Mata Grande, cidade a 267 quilômetros da ca­­pital Maceió. Um vídeo com imagens das agressões a um aluno foi parar na internet no início deste mês.

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