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Cerca de 300 manifestantes fazem um ato contra o golpe militar de 1964 em frente ao cemitério da Consolação, na região central de São Paulo. Eles querem lembrar os 48 anos do golpe e cobram punição para os responsáveis pelos crimes da ditadura. Organizado por grupos políticos, de teatro e de samba, o protesto quer mostrar e punir aqueles que também se uniram aos militares durante os anos de chumbo. Os manifestantes ocupam a pista de subida da Rua da Consolação com um carro de som. O protesto é pacífico.

Na quinta-feira passada, terminou em confusão, corre-corre e pancadaria um protesto contra a comemoração pela passagem dos 48 anos do golpe militar de 1964, no Rio de Janeiro. Cerca de 300 militares da reserva participavam do evento, chamado de "1964 - A Verdade", na sede do Clube Militar, enquanto representantes de PT, PCB, PCdoB, PSOL, PDT e outros movimentos sociais de esquerda, fizeram a manifestação na frente das duas entradas do prédio. Uma pessoa foi detida e duas ficaram feridas.

Em São Paulo, o protesto seguirá por pontos do centro que lembram, de alguma maneira, a ditadura. Um deles é a Rua Maria Antônia, onde houve confrontos entre estudantes da Universidade Mackenzie, entre eles integrantes do Comando de Caça aos Comunistas, e alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade São Paulo, que culminaram com a morte de um jovem. O protesto deve ser encerrado em frente à antiga sede do Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

Neste domingo, primeiro de abril, popularmente conhecido como o Dia da Mentira e aniversário do golpe militar, os manifestantes escolheram usar uma camiseta com o logotipo que mostra uma bandeira dom os dizeres "Cordão da Mentira" e um boneco com chapéu militar e nariz de Pinóquio. A expectativa é a de que até mil pessoas compareçam ao evento, que foi divulgado nas redes sociais da internet.

Os manifestantes seguram cartazes com fotos de mortos e desparecidos durante a ditadura e já leram poemas pedindo punição aos ditadores. Uma bateria está tocando sambas cujos temas tratam da ditadura.

Silvio Carneiro, um dos integrantes do protesto, disse que o objetivo do ato é rediscutir o passado do Brasil. E também falar do futuro.

"Queremos repensar o futuro do Brasil. Temos que verificar a verdade da ditadura, o que aconteceu no passado. Crimes da ditadura devem ser investigados e os criminosos devem ser punidos, como aconteceu em outros países da América Latina", disse.

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