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Nesta quinta-feira (10), Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a ONG Rio de Paz fez uma homenagem aos 61 policiais que sofreram morte violenta, em serviço ou não, em 2015. Fotos das vítimas foram espalhadas nas areias da Praia de Copacabana, em frente à Avenida Princesa Isabel, onde os parentes depositaram flores.

Segundo o fundador da organização, Antônio Carlos Costa, é preciso lembrar que policiais militares sofrem também violação dos direitos humanos. No momento, a população está mobilizada para cobrar a punição dos policiais responsáveis pelo assassinato de cinco jovens no bairro de Costa Barros, na Zona Norte, e guarda pouca simpatia pela corporação, porém, Costa acredita que não se pode deixar uma classe profissional de fora da luta humanitária.

“Vejo policiais em situação verdadeiramente degradantes. Essa semana, visitei o PM Ronaldo Nunes, que, em 2003, levou um tiro nas costas numa operação realizada numa favela. Ficou paraplégico. Hoje, ele precisa tomar, diariamente, remédios suficientes para encher uma caixa de sapatos. Fui levar para ele fraldas geriátricas, porque têm dias em que ele não pode sair à rua por não ter dinheiro para comprá-las” contou Costa. “Essas pessoas também precisam de socorro”.

A ação teve o objetivo de cobrar do governo do Rio melhoria das condições de trabalho para os policiais, amparo aos familiares dos que foram assassinados, assim como aos feridos em combate, que carregam no corpo e na mente sequelas causadas pelo exercício da profissão. A cabo Flávia Louzada, que pediu à ONG para que realizasse a homenagem, ressaltou que é preciso humanizar a figura do policial, para que suas necessidades sejam atendidas.

“A soldado Alda Rafael Castilho, que morreu ano passado, tinha 27 anos, cursava faculdade de psicologia e ia se casar em março. O subtenente Anselmo Ferreira deu entrada na aposentadoria duas semanas antes de ser executado na Pavuna, quando ia para casa” lembrou Flávia, que coordena o grupo independente “A vida do policial é sagrada como toda vida é”, que presta assistência a quem perdeu parentes. “ Precisamos de condições mínimas de trabalho, e não temos. Há colegas que dormem com o colete à prova de balas dentro dos contêiners, nas UPPs, por medo de serem fuzilados durante a noite”.

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