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O atraso nas obras da Escola Estadual Shirley Catarina Tamalú Machado, localizada no Jardim Fênix, em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), deixou os cerca de 500 alunos matriculados no colégio sem aulas ontem. Após uma reunião com pais e professores, a diretora do colégio, Éli Weinfurter, passou uma atividade de pesquisa para os estudantes e os dispensou.

A previsão da Secretaria de Estado da Educação (Seed) era de que as aulas começariam ontem, mas a diretora do colégio acredita que seja possível realizar atividades em sala de aula somente na quinta-feira. O engenheiro João Garcia, da Endeal Engenharia e Construções, responsável pela obra, acha, no entanto, precipitado fazer qualquer aposta. "Estamos trabalhando dia e noite, mas se der uma chuva aí complica tudo", explica.

Na sexta-feira passada, Garcia afirmou que se as aulas tivessem começado ontem "teria crianças furando o pé em pregos". As obras, que deveriam ter sido entregues em dezembro, atrasaram por motivos administrativos e topográficos. De acordo com o engenheiro, a Endeal não recebe desde dezembro. As chuvas de janeiro e fevereiro e as condições do terreno em que a escola está sendo construída também teriam inviabilizado o cronograma inicial. "Choveu muito em janeiro e fevereiro e o lençol freático aqui é muito alto. Se você furar o chão sai água", explica.

Segundo Garcia, a escola estaria sobre uma mina da água, o que, inclusive, desrespeitaria a Resolução 303, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 20 de março de 2002. A resolução estabelece que as construções feitas sobre nascentes ou olhos d’água devem estar há, no mínimo, 50 metros de distância para respeitar a bacia hidrográfica contribuinte.

Ontem, funcionários, professores e pais de alunos se revezavam na limpeza e ajuste das salas. "Estamos desembalando mesas, cadeiras e quadros-negros que estão chegando. A merenda eu disse para não vir porque não tem como guardar", explicou a diretora.

A dona de casa Marlene do Amorim, 35 anos, passou a tarde ajudando a limpar os corredores. A filha dela, de 11 anos, está matriculada no colégio à espera do começo das aulas. "Temos que dar uma ajuda porque tem muito o que fazer." Há pedaços de metal, concreto e pregos por todo lado, e os pedreiros ainda trabalham no local.

A reportagem da Gazeta do Povo tentou contato com a chefe da Divisão de Projetos e Orçamento da Fundepar, Olívia Martins Murara, mas ela passou a tarde em reunião e não retornou os telefonemas. O engenheiro João Geroldo que, segundo o Núcleo Metropolitano Sul da Seed, seria o fiscal da obra, disse que não poderia falar sobre o caso.

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