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A reconstituição do atropelamento de Rafael Mascarenhas, de 18 anos, filho caçula da atriz Cissa Guimarães, realizada na madrugada desta terça-feira (27), mostrou que os carros seguiram emparelhados momentos antes do acidente. Segundo os investigadores, Rafael Bussamra, que confessou que atropelou o músico, admitiu que estava a, pelo menos, 90 km/h.

Entenda o caso do atropelamento

O trabalho nos túneis Acústico e Zuzu Angel, que ligam a Gávea a São Conrado, na Zona Sul do Rio, durou mais de cinco horas. Além de Rafael Bussamra, os três rapazes que estavam com ele e dois amigos do músico, ambos skatistas, participaram da reprodução simulada. Dois irmãos do músico também acompanharam as investigações.

Os policiais militares que interceptaram o motorista envolvido no atropelamento do músico não foram chamados para participar da reconstituição. Eles cumprem prisão administrativa por 72 horas no batalhão do Leblon, na Zona Sul do Rio. Em depoimento, Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais.

Rafael Mascarenhas morreu atropelado na madrugada de terça-feira (20), enquanto andava de skate com amigos no Túnel Acústico, interditado no momento para manutenção. Segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da 15ª DP (Gávea), um dos dois jovens que estavam com Rafael teria contado que dois carros participavam de um "pega".

Os peritos fizeram novas medições e usaram um reagente químico para tentar encontrar manchas de sangue que apontariam o ponto exato do atropelamento. Cada um dos envolvidos foi ouvido separadamente. Entre outros pontos, a polícia quer esclarecer qual a velocidade em que os carros estavam e se os jovens participavam de um "pega".

Reconstituição

O RJTV conseguiu detalhes sobre a conclusão dos peritos em relação à trajetória dos carros e a visibilidade que cada motorista tinha dentro do túnel interditado, quando eles seguiam no sentido Gávea. O carro dirigido por Rafael Bussamra estava na pista da direita. Rafael Bussamra e motorista do outro carro negaram que participavam de pega.

Em determinado momento, de acordo com os investigadores, numa reta, os motoristas teriam percebido a presença de dois jovens, eram os amigos de Rafael Mascarenhas. Logo em seguida, havia uma curva, e depois dela, estava Rafael Mascarenhas, sozinho.

De acordo com a reprodução simulada, os carros seguiram emparelhados. Rafael Mascarenhas fez um movimento com o skate para começar a descida da pista. Rafael bussamra atingiu o skatista logo após fazer a curva.

A polícia informou que a emergência do Samu recebeu dois telefonemas, quase em seguida: um deles, de um dos amigos da vítima, e o outro, do atropelador. Durante a madrugada, parentes de Rafael Mascarenhas também acompanharam a reconstituição.

PM é liberado após cumprir prisão administrativa

O cabo da Polícia Militar Marcelo Bigon, que liberou o jovem que confessou ter atropelado Rafael Mascarenhas na madrugada de terça-feira (20), no Túnel Acústico, na Gávea, Zona Sul do Rio, foi liberado por volta das 17h desta terça-feira (27) após cumprir o prazo de 72 horas de prisão administrativa.

Segundo o relações públicas da PM, capitão Ivan Blaz, o sargento deixou o 23º BPM (Leblon), onde cumpria a prisão, por volta das 17h desta terça-feira. O policial cumprirá serviços internos na corporação.

O outro policial envolvido no caso, o sargento Marcelo Leal, ainda cumpre a prisão administrativa no 23º BPM. Segundo a PM, esse prazo não pode ser prorrogado e os dois só ficarão presos se o pedido de prisão preventiva for aceito. Em depoimento, Roberto Bussamra, pai de Rafael Bussamra, contou que o filho foi coagido a pagar propina para os policiais.

A Corregedoria Interna da Polícia Militar pediu à Auditoria de Justiça Militar que decrete a prisão preventiva de 30 dias dos dois policiais militares. De acordo com o capitão Ivan Blaz, a Justiça ainda não se manifestou sobre o pedido. Blaz informou que os dois policiais não voltarão a atuar nas ruas do Rio.

"Eles vão cumprir serviços internos na corporação. Às ruas eles não voltam. A Polícia Militar vai continuar investigando o caso e vamos deixar a área criminal com quem tem direito, que é a Justiça. Vamos cuidar da parte administrativa e a polícia vai tomar todas as providências cabíveis no caso", disse o relações públicas.

A delegada Bárbara Lomba, da 15ª DP (Gávea), afirmou que os policias podem ser acusados por corrupção passiva e Rafael e Roberto Bussamra por corrupção ativa. Rafael Bussamra ligou para o pai, Roberto, que pagou R$ 1 mil aos policiais após o acidente. O pedido dos policiais, segundo ele, teria sido de R$ 10 mil.

Jovem que estava com atropeladorO jovem que estava no banco do carona do atropelador de Rafael Mascarenhas chegou às 14h desta terça-feira (27) para prestar novo depoimento na 15ª DP (Gávea). Segundo a polícia, André Liberal terá que esclarecer como foi a abordagem feita pelos dois PMs, que são acusados pelo pai do atropelador de pedir propina.

A missa de sétimo dia da morte do músico será realizada nesta terça-feira (27), às 19h30, na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na Zona Sul do Rio.

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