A auditoria realizada pela Secretaria Estadual da Saúde nas contas da Santa Casa de São Paulo apontou falhas graves de gestão na instituição, segundo relatório apresentado pela pasta na tarde de ontem. De acordo com o governo do estado, se fosse uma empresa, a Santa Casa "estaria à beira da falência". "Apuramos que há problemas seriíssimos de gestão e que a situação econômico-financeira é gravíssima", disse o secretário da Saúde, David Uip. Ele anunciou também a criação de uma comissão para trabalhar em um plano de recuperação do complexo.
Entre 2009 e 2013, o patrimônio líquido da maior entidade filantrópica da América Latina caiu de R$ 220 milhões para R$ 323 mil (0,15% do valor inicial). O patrimônio líquido é a soma de bens e valores de posse da instituição, descontadas as dívidas. Não inclui os imóveis do complexo hospitalar. Em parte, essa situação se explica pela explosão da dívida. Se em 2009 ela era de R$ 146,1 milhões, no fim de 2013 chegava a R$ 433,5 milhões.
Apesar do resultado da auditoria apontar mal uso do dinheiro repassado pelos governos estadual e federal, a Secretaria da Saúde anunciou que vai honrar as despesas da Santa Casa com o custeio do atendimento e o pagamento dos profissionais. "Daqui para frente, nós vamos honrar esses compromissos. Isso dá tranquilidade para a população e para os fornecedores. O problema da dívida é de quem a contraiu", afirmou Uip.
O secretário disse ainda que em um primeiro momento novos repasses emergenciais serão necessários. Os valores serão definidos em reunião entre a Pasta e a direção da Santa Casa, marcada para hoje.
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