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O professor de Matemática Silvio Rogério usa a “tevê pendrive” para deixar as aulas mais atraentes | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
O professor de Matemática Silvio Rogério usa a “tevê pendrive” para deixar as aulas mais atraentes| Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo

Irregularidades

MP promete finalizar investigações

O processo investigatório aberto pela Promotoria de Proteção ao Patrimônio Público, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), para apurar as suspeitas de superfaturamento e de favorecimento na compra de 22 mil tevês alaranjadas ao custo de R$ 18,9 milhões – a preço médio de R$ 859 –, deve ser concluído ainda este ano. A previsão é da promotora Danielle Gonçalves Thomé, para quem o caso foi encaminhado no início do ano.

Ainda em fase de investigação, o processo voltou ao MP logo após o fim do mandato do ex-governador Roberto Requião, responsável pela homologação da licitação, na modalidade pregão eletrônico, em 2006. A empresa vencedora foi a Cequitel. Dados das movimentações bancárias da Cequitel, conseguidos por meio da autorização da Justiça para a quebra de sigilo bancário da empresa, estão sendo analisados por auditores do MP.

Antes, a apuração das possíveis irregularidades envolvendo o então secretário de Estado da Educação, Maurício Requião, vinha sendo feita pela Procuradoria-Geral do Estado, órgão responsável por investigar denúncias contra o chefe do Executivo. As investigações do MP foram motivadas por denúncias feitas pela bancada oposicionista da Assembleia Legislativa do Paraná. (FW)

Aparelhos estão com defeito

Deixar de usar a televisão não é apenas um motivo de resistência ou de dificuldades para ter acesso à tecnologia, em muitas escolas o problema é que elas estão com defeito. Dos 459 televisores distribuídos para 28 colégios das regiões de Londrina, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu, 26 não estão funcionando.

Do total de 180 televisores instalados em 10 escolas visitadas em Londrina, 15 estão com problemas. A maior parte já tem o conserto programado para ser feito com verba do fundo rotativo ou da Associação de Pais, Mes­tres, Professores e Funcioná­rios, já que a garantia dos televisores expirou.

Nos Campos Gerais, a dificuldade se repete. Ao todo são mil televisores espalhados pelos 113 colégios de Ponta Grossa e outras dez cidades da região. Dos 112 televisores disponíveis em oito escolas consultadas, dois não funcionam, um apresenta problemas e um nunca foi instalado por falta lugar.

O diretor do Colégio Júlia Wan­der­­­ley, de Carambeí, Carlos Alber­to de Souza, prefere o método convencional. "Tinha dificuldade pa­­ra converter os arquivos." A diretora auxiliar do Colégio Joana Torres Pereira, de Castro, Sueli Bueno con­­corda. "Os professores novos não tiveram o treinamento ofertado em 2007. O ideal é ter mais treinamentos", sugere.

Colaborou Derek Kubaski, da sucursal de Ponta Grossa

Adotadas pelo governo do estado desde a gestão do ex-governador Roberto Requião como um recurso didático para a diversificação das aulas, as televisões alaranjadas, que ficaram conhecidas como tevês pendrive, caíram no gosto de professores e alunos. Já se passaram quase quatro anos depois que os primeiros aparelhos de 29 polegadas foram distribuídos às escolas estaduais do Paraná: para os educadores, a entrada desta tecnologia em sala de aula garante que os conteúdos sejam apresentados de diferentes maneiras, o que faz com que os professores consigam atrair mais a atenção dos alunos. A televisão tem entrada para VHS, DVD, cartão de memória e pendrive.

"As imagens facilitam a visualização do conteúdo", diz o professor de Matemática Silvio Rogério Martins. "Se tivesse mais, seria me­­lhor", opina a estudante da 8.ª sé­­rie do Ensino Fundamental Camila Kreczkiuski.

Mas, se por um lado a televisão passa a ser um recurso pedagógico interessante, por outro, alguns professores ainda sofrem com a barreira tecnológica. Para o diretor do Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, em Foz do Iguaçu, Alexandre Abraão Muriana, os aparelhos são fáceis de usar e há um grande volume de material disponível para ser apresentado a partir da televisão, contudo, al­­guns docentes ainda resistem em aprender a usar as tevês.

Em Londrina, por exemplo, on­­de 75 escolas estaduais receberam os televisores, parte dos professores transformou o recurso em algo constante na sala de aula, porém existe uma parcela que não aderiu à tecnologia. Em uma escola que re­­cebeu 13 televisores, cerca de 40% dos professores não exploram as possibilidades que a ferramenta oferece. "A secretaria de educação oferece material pronto para ser baixado direto do portal Dia a Dia e usado nas aulas, mas tem professor que nem sabe disso", afirma um funcionário que não quis se identificar.

Na avaliação do assessor pedagógico do Núcleo Regional de Edu­­cação de Londrina, Marcelo Gal­van, a aceitação do projeto na re­­gião é grande. "Uma parcela tem di­­ficuldades com a tecnologia, mas em geral, a maioria dos professores abraçou a ideia", afirma. Se­­gundo ele, o Programa Nacional de Informática na Educação – cujo objetivo é promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino –, contribuiu muito para preparar os docentes para o projeto.

Carência

De acordo com um levantamento feito anualmente pelo Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu, no ano passado os 53 colégios estaduais dos nove municípios da região contavam com o auxílio de 438 tevês laranja. Em função da inauguração de novas escolas e da ampliação de outras unidades desde que os aparelhos começaram a ser distribuídos, seriam necessários no mínimo mais 38 televisores, possibilitando assim que cada sala de aula tivesse o seu próprio multimídia.

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