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As aulas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) começaram tranquilas nesta segunda-feira (28) para os novos universitários.Desde o começo do ano veteranos da universidade vêm ameaçando os novos alunos em redes sociais. Para o reitor da instituição, Zaki Akel Sobrinho, a recepção dos alunos precisa ser cidadã e dentro da civilidade. Durante os dois primeiros meses do ano, os novos alunos da UFPR vêm sofrendo ameaças por parte dos veteranos. Em uma comunidade do Orkut, alunos de Engenharia Civil da UFPR afirmaram que o objetivo do trote era fazer com que algum calouro acabe no hospital para que vire notícia. Outros comentários, também na mesma comunidade, ameaçam e constrangem os novos alunos.

Cerca de 60 estudantes de Engenharia de Produção, no Centro Politécnico, aprenderam os hinos do curso naa manhã de segunda. Um calouro, que não quis se identificar, afirmou que assinou uma declaração feita pelos veteranos para participar do trote, que estava previsto que não haveria nenhuma atividade que envolvesse violência ou humilhação. "Quem não participa tem dificuldades de integração. Não pretendemos fazer nada que o grupo não queira. Quem não quiser participar, não participa", comentou o novo aluno.

O curso de Psicologia também adere ao trote não violento, segundo alguns alunos. Seis alunas foram encontradas cobrando pedágio na Rua André de Barros, no Centro, nesta segunda-feira. De acordo com as estudantes, o dinheiro arrecadado vai servir para pagar um churrasco de confraternização. As alunas disseram que os estudos frequentes sobre a violência tornaram os trotes do curso mais leves há quatro anos.

De acordo com o reitor da UFPR, a universidade está vigilante e pretende coibir qualquer tipo de ação que envolva agressão e constrangimento contra os novos alunos. Com relação aos trotes violentos que ocorrem fora das imediações da instituição, o reitor disse que a universidade está atenta. "Estamos monitorando as redes sociais e colhendo informações por estes lugares", afirma Sobrinho.

A punição para os trotes variam de advertências até a expulsão do aluno da universidade. "Precisamos relembrar do nosso papel de cidadania, devolvendo à sociedade o que o aprendizado que se tem durante os anos de graduação", explica. O reitor alerta que as denúncias de trotes violentos ou qualquer outro tipo de ação que ofenda e agrida o aluno deve ser repassada para a coordenação do curso.

Trotes solidários

Os alunos dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura resolveram receber os calouros de forma diferente este ano. Os estudantes irão pintar os muros da creche comunitária Casa da Criança São José, no bairro Cajuru, na próxima quarta-feira. Para o reitor o trabalho educativo é o melhor caminho para desestimular o trote violento. "Há muitos cursos que desenvolvem obras sociais, doações de sangue e palestras para a sociedade", comenta o reitor.

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