São Paulo A terceira onda de ataques do PCC desencadeou intenso bate-boca entre autoridades do governo de São Paulo e da União sobre a crise de segurança no estado, iniciada em maio.
Logo pela manhã, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que, se o Estado tivesse aceitado o envio do Exército, a situação estaria controlada. "Acredito que, se a gente colocasse operações do Exército aqui, teriam um efeito dissuasório muito grande, disse Bastos.
Saulo de Castro Abreu Filho, secretário da Segurança Pública, reagiu duramente. Disse que o ministro "faltou com a verdade quando anunciou a liberação imediata de verbas para São Paulo (R$ 100 milhões) e fez um desafio: disse que deixa o cargo se o dinheiro for liberado neste ano. "Se o que ele disse acontecer, me calo e entrego o cargo. Agora, se não, ele entrega o cargo antes do dia 31, porque depois que acabar o governo não vale."
À tarde, o ministro respondeu que o dinheiro está disponível, mas que não foi liberado porque o Estado não enviou os documentos necessários para isso. "A gente chega a pensar, pela veemência com que algumas autoridades estaduais colocam a questão, que eles não querem o dinheiro."
Saulo, ao comentar a questão do Exército, disse que aceitaria as tropas para vigiar muros de penitenciária e para realizar operações contra o tráfico em favelas. Mas fez uma ressalva. Disse que seriam necessários pelo menos 4.500 homens. O governo, segundo Saulo, teria oferecido 2.800.
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