As autoridades de trânsito de Londrina criticaram a lei federal 11.334, que entrou em vigor na quarta-feira e abranda as penalidades aplicadas aos motoristas por excesso de velocidade. A lei, que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estaria na contramão das campanhas educativas e dos esforços para reduzir os acidentes.
Antes da lei, o excesso de velocidade resultava em multa grave ou gravíssima, dependendo do percentual ultrapassado. Agora, o que era grave ficou médio e o que era gravíssimo se transformou em infração grave.
Antes, em vias rápidas, o motorista que ultrapassasse a velocidade em até 20% perderia a carteira de habilitação após cometer por quatro vezes a infração em um ano. Agora, pode infringir por cinco vezes até perder o direito de dirigir.
"Essa mudança veio no sentido contrário de tudo que temos feito e em momento inoportuno", critica o comandante da Companhia de Trânsito (Ciatran), tenente Izoel Pavan de Souza. "O excesso de velocidade é a maior causa de acidentes e quanto maior for, mais grave será o acidente."
O sargento da 2.ª Companhia Rodoviária Luiz Carlos Veríssimo aponta um problema cultural. "É o que está acontecendo com o crime hediondo. Eu me surpreendi com a mudança. A lei diz dou liberdade ao motorista, mas quero responsabilidade. Mas será que as pessoas vão pensar assim? Acho que o infrator vai dirigir mais relaxado", afirma.
Veríssimo observou que, em uma rodovia com limite de 110 km/h, um motorista cometeria uma infração grave se alcançasse 132 km/h. Agora, a mesma infração é considerada média. "Só será grave se ele atingir 160 km/h", compara.
Para o diretor de Trânsito da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), Alvaro Grotti, a medida foi um retrocesso. "Ao invés de buscarmos leis mais rígidas, como acontece em outros países, nós afrouxamos. Creio que motorista que abusa da velocidade será mais negligente agora. É como o gato que tem sete vidas e assim arrisca mais", diz.
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
O “relatório da censura” e um momento crucial para a liberdade de expressão
-
Braço direito de Moraes no STF já defendeu pena de morte e é amigo de Val Marchiori
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
Afastar garantias individuais em decisões sigilosas é próprio de regimes autoritários
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
Deixe sua opinião