Cerca de 50 mil pombas serão abatidas em Londrina, no Norte do Paraná. Essa foi a solução encontrada para contornar o problema de superpopulação das aves na cidade. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (3) em reunião entre representantes de órgãos públicos e a Promotoria do Meio Ambiente. A estimativa é que existam 170 mil pombas na zona urbana. A principal reclamação é quanto à sujeira que as fezes das aves deixam pela cidade. Outra preocupação é sobre a possibilidade de transmissão de doenças ao homem.

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A decisão foi um consenso entre Ministério Público, Ibama, IAP, Secretaria Municipal do Ambiente, CMTU, Conselho Municipal do Meio Ambiente e UEL. A administração municipal se responsabilizou pela captura, extermínio e destino das aves. A UEL colaborará com a monitoria sanitária das pombas.

O projeto apresentado na reunião pelo professor Ivens Gomes Guimarães, docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), propõe a captura e abate de 50 mil pombas. As aves serão capturadas em 32 pontos com o auxílio de redes lançadas por canhão. Em cada local, seriam coletados cerca de 1,6 mil animais.

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A proposta é que, do total, cinco mil passem por monitoria sanitária no Centro de Investigação em Medicina Aviária (Cimapar), da UEL. Um terço dos 5 mil animais examinados seriam anilhados e soltos no ambiente, para sinalização das rotas de migração. Os demais seriam mortos e passariam por necropsia. Segundo Guimarães, o custo anual da monitoria sanitária é de R$ 120 mil e a UEL não tem condições de arcar com a despesa.

Os exames laboratoriais permitirão saber se a carne das aves é adequada para consumo humano. "Toda a carne é recomendada desde que haja um atestado de qualidade. Precisamos informar a população sobre essa questão", disse Ivens Guimarães.

O valor dos gastos com captura e sacrifício das pombas ainda não foram definidos. Segundo o secretário municipal do Ambiente, Cleidival Fruzeri, uma comissão formada por representantes dos órgãos ambientais fará o orçamento, que será licitado posteriormente. Ele informou que o abate será feito em câmaras de gás.

"Temos anuência dos órgãos ambientais para o abate. O valor maior é a vida humana, esse é o sentimento", disse a promotora do Meio Ambiente, Solange Vicentin. No próximo dia 19, um sábado, haverá uma audiência pública para informar a população a respeito do abate. A audiência será às 9 horas, na Câmara Municipal.