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A juíza corregedora da penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, Juliana Maria da Paixão, autorizou na manhã desta terça-feira (25) a transferência de Alexander Mendes da Silva, o Polegar. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança (Seseg), ainda não há previsão de quando o traficante deixará o presídio Bangu 1, no Complexo de Gericinó, rumo a Rondônia. Polegar, que foi preso na última terça-feira em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, está no Rio desde a última sexta-feira.

Na segunda-feira, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Manuel Antônio Rebêllo, anunciou que o traficante seria transferido para o presídio federal. Segundo ele, o governador Sérgio Cabral se comprometeu a fazer a transferência até quarta-feira. Por conta da periculosidade de Polegar, o desembargador avalia ser fundamental a transferência dele para um presídio de segurança máxima, o mais distante possível do Rio. O objetivo é afastar o líder de outros integrantes da facção, dificultando a comunicação entre os criminosos.

O desembargador reconheceu que, com a intensificação do envio de presos do Rio para presídios federais, está cada vez mais difícil conseguir vagas nessas unidades de segurança máxima. Embora a Lei estabeleça que esse seja um local provisório para encarceramento de presos de alta periculosidade, o estado não consegue transferir o criminoso de volta no prazo estabelecido de 360 dias, renováveis por outros 360 dias.

Polegar desembarcou na pista de pouso do 3º Comando Militar Aéreo, no Aeroporto Santos Dumont, pouco antes das 17h de sexta-feira. A aeronave monomotor prefixo PR-AAB foi cercada por vinte homens da Polícia Federal, que fizeram a escolta do preso até o Instituto Médico Legal, onde foi submetido a exame de corpo de delito, antes de ser encaminhado a uma penitenciária de segurança máxima do complexo de Bangu.

Em Ponta Porã, o traficante prestou depoimento, procedimento comum quando um brasileiro é expulso do Paraguai. Polegar foi preso na terça-feira por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai. No momento de sua prisão, o bandido disse ser vendedor de carros e apresentou uma carteira de identidade paraguaia em nome de José Targino da Silva Júnior. Ele estava em frente a um lava-jato de carros no bairro Guarani, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia que faz fronteira com Ponta-Porã, no Mato Grosso do Sul.

A polícia do Paraguai investiga o envolvimento do traficante na remessa de um carregamento de maconha e armas de Pedro Juan Caballero para o Rio. A informação foi levantada pelo setor de inteligência da Senad a partir do monitoramento das atividades do bandido no Paraguai. A atuação de traficantes das duas maiores facções criminosas do eixo Rio-São Paulo na região é investigada pelo fiscal (promotor de Justiça) de Pedro Juan Caballero, Justiniano Cardozo, que ouviu o depoimento de Polegar na quarta-feira.

O traficante negou ter enviado a droga e o armamento ao Rio e disse ter ido para o Paraguai com objetivo de escapar do cerco da polícia. No depoimento, Polegar não explicou ao fiscal como conseguiu a identidade paraguaia que apresentou aos agentes da Senad ao ser preso.

Supostamente emitido pelo Departamento de Identificação da Polícia Nacional do Paraguai, o documento estava em nome de José Targino da Silva Júnior. O traficante também não esclareceu a origem do dinheiro com que comprou dois veículos de luxo - um Kia Cadenza e uma Toyota Hilux, avaliados em mais de R$ 250 mil - apreendidos no momento de sua prisão.

De acordo com o adido da PF na embaixada brasileira em Assunção, o delegado Antônio Celso dos Santos, a prisão de Polegar é resultado de um trabalho conjunto da Senad e da PF, que havia fornecido às autoridades paraguaias fotografias de traficantes cariocas que teriam se refugiado na região. O adido lembrou que, logo após a prisão do bandido, a Senad entrou em contato com a embaixada para confirmar a verdadeira identidade do suspeito. Só depois Polegar admitiu ser foragido.

Apesar de indícios de que Polegar comandava as ações de sua quadrilha mesmo do Paraguai, o juiz Luís Benitez decidiu pela deportação do bandido, que possui três condenações no Brasil. Para isso, o magistrado pediu à embaixada brasileira em Assunção cópias dos mandados de prisão e de outros documentos do traficante.

Segundo o adido Antônio Celso, toda a documentação foi encaminhada na quinta-feira à tarde ao juiz, que deve expulsar Polegar nesta sexta-feira. Segundo Antônio Celso, o traficante será entregue ao chefe da delegacia da PF de Ponta Porã, delegado Jorge Figueiredo e, depois, embarcado num avião da instituição.

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