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Saiba quais são os principais sinais de aneurismas e isquemias |
Saiba quais são os principais sinais de aneurismas e isquemias| Foto:

A incidência é alta: a cada cinco pessoas com mais de 65 anos, uma vai ter um acidente vascular cerebral (AVC). E as sequelas podem ser muito complicadas em indivíduos mais velhos por causa da debilitação do organismo. Por isso, quanto mais rápido for o atendimento, maiores são as chances de recuperação do paciente. "Em geral, as pessoas dão muito valor a problemas cardíacos e correm para o hospital. Em casos de derrame cerebral, a pressa precisa ser a mesma, já que quanto menor o tempo de espera, menos neurônios serão atingidos", explica a médica neurologista Cláudia Baeta Panfílio, do Hospital Pilar.

Pelo protocolo médico norte-americano, eventos isquêmicos têm melhores chances de recuperação se forem socorridos em até quatro horas e meia depois dos primeiros sintomas. "E o paciente sabe exatamente a hora que teve o problema. O sintoma é súbito: dor de cabeça, o formigamento, tontura ou desconexão na fala", diz. Até esse prazo, o tratamento é feito com medicamento para desobstrução do vaso sanguíneo.

Entre 4h30 e 6 horas da ocorrência dos sintomas já identificados, o atendimento é via cateterismo. No hospital, o médico acessa o ponto bloqueado pelo cateter, e desentope o vaso, liberando o fluxo do sangue novamente. Em casos hemorrágicos, o procedimento é diferente. "Ou o médico intervém no momento do aneurisma, para eliminar o coágulo, ou precisa esperar a reabsorção do hematoma para depois abrir e avaliar o dano", explica Cláudia.

Tipos

O derrame cerebral pode ser isquêmico ou hemorrágico. Ambos estão ligados à irrigação sanguínea do cérebro, altamente vascularizado. No isquêmico, há um bloqueio da circulação na área atingida, que fica sem receber oxigenação, interrompida por um coágulo que entope o vaso sanguíneo. Cerca de 80% dos derrames são isquêmicos. "É a terceira causa de morte no mundo. Cinco milhões de pessoas morrem por ano em todo o planeta, vítimas de isquemias. Trinta por cento dos pacientes ficam com sequelas", observa o médico neurologista Raul Clóvis de Araújo Santos, do Hospital Milton Muricy.

O hemorrágico é caracterizado pelo rompimento do vaso sanguíneo. "É uma isquemia que rompeu o vaso. A área cerebral atingida é inundada com sangue, provocando um hematoma", explica a neurologista Cláudia Baeta Panfílio. O aneurisma pode ser provocado por uma crise de pressão alta, por exemplo. É mais grave e pode levar à morte.

Fatores de risco

Há fatores de risco que contribuem para a ocorrência de derrames cerebrais. Indivíduos com alimentação rica em gordura, por exemplo, podem ter colesterol elevado e maior risco de entupimento das veias e artérias. "O coágulo também pode ‘caminhar’ pelo organismo. Uma parte da gordura se desprende da parede vascular e é levada pela corrente sanguínea até chegar a um vaso de calibre menor. Daí ocorre o entupimento", explica a Cláudia.

Este pode ter sido o caso do aposentado Ênio Martins da Rosa, de 67 anos. Internado para uma cirurgia de ponte de safena, ele teve um AVC dias depois da operação, às vésperas de receber alta hospitalar. "Um coágulo pode ter se desprendido durante a cirurgia e viajado até o cérebro, causando o entupimento. A sorte foi que a isquemia foi dentro do hospital, e o socorro foi imediato", explica a filha Luciene Cantarelli Rosa. Socorrido e medicado, o aposentado ficou com o lado esquerdo paralisado. Nos próximos 12 meses será necessário acompanhamento médico para avaliar outras sequelas do derrame. Por enquanto, muita fisioterapia para recuperar a movimentação. E uma lição de paciência. "Meu pai sempre foi muito ativo e independente. Agora vai precisar de ajuda para tarefas rotineiras. Espero que recupere parte da autonomia", diz Luciene.

Além da alimentação, o tabagismo, o sedentarismo, o sobrepeso e doenças como a diabete e a hipertensão contribuem para elevar o potencial de AVC. O perfil de Ênio já inspirava cuidados: sempre precisou controlar a pressão alta, fazia pouco exercício físico e apesar de brincalhão, sofria com o estresse.

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