A gestão dos recursos naturais é a maior dificuldade enfrentada hoje por países que gerenciam a Bacia Hidrográfica do Prata formada por rios do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e Bolívia. Apesar de ser extremamente fértil, a área sofre com o impacto ambiental e apresenta assoreamento, destruição da cobertura natural do solo e das florestas. O assunto está sendo discutido no Fórum Internacional "Diálogos da Bacia do Prata", aberto ontem, em Foz do Iguaçu, com 1,3 mil participantes.
A ministra do Meio Ambiente, Marina da Silva, que participou da abertura do evento, enfatizou a necessidade de colocar em prática compromissos governamentais assumidos pelos países. "No caso brasileiro, o esforço é liderar pelo exemplo e tirar do papel acordos feitos em convenções", enfatiza.
Outra polêmica é a respeito do uso público ou privado da água. Atualmente, cada país tem uma legislação própria no que diz respeito à gestão da água, o que dificulta de imediato o estabelecimento de uma política comum. Para o presidente do Comitê Intergovernamental Coordenador dos Países da Bacia do Prata, Arturo Liebers Baldivieso, é necessário cobrar uma tarifa básica para cobrir os gastos com o funcionamento do sistema.
Segundo ele, o estabelecimento de uma legislação comum entre os países é algo complexo porque cada um tem normas próprias. No Brasil, organizações ligadas a igrejas cristãs e evangélicas defendem o uso público da água. Neste contexto, entra em discussão a privatização ou manutenção do serviço de água sob o domínio estatal.
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