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O vendedor Jefferson Miranda de Mello já havia reclamado sobre o risco de queda do poste. Ontem, com a chuva, o equipamento caiu | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
O vendedor Jefferson Miranda de Mello já havia reclamado sobre o risco de queda do poste. Ontem, com a chuva, o equipamento caiu| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

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A forte pancada de chuva com granizo provocou estragos na região noroeste da capital. Nas ruas dos bairros Bom Retiro, Mercês e Vista Alegre, principalmente no entorno do Parque Tingui, árvores e postes foram derrubados, deixando milhares de casas e estabelecimentos comerciais sem energia durante horas.

O caos no trânsito começou logo após a primeira pancada de chuva, ainda no meio da tarde. Sem agentes da prefeitura para controlar o tráfego, e com vários semáforos desligados, importantes ruas ficaram congestionadas, como a Roberto Barroso, Hugo Simas e Joao Tschannerl. O engarrafamento aumentou e persistiu até o início da noite. Sem auxílio de agentes da Setran, motoristas furavam os cruzamentos.

Na Rua Professor Dário Garcia, a poucos metros do Parque Tingui, no Vista Alegre, uma árvore caiu, arrebentando postes e estourando a tubulação de água. Casas da região ficaram sem água e sem luz. Ontem à tarde, a Copel tinha uma equipe no local para avaliar e resolver o problema. A rua foi completamente bloqueada.

"Eu avisei"

Do outro lado do parque Tingui, na rua Vitório Sbalqueiro, a situação não era diferente. O poste da rua entortou com a força do vento, o que deixou a região sem luz e quebrou outro poste: o que fornecia energia para casa do vendedor Jefferson Miranda de Mello, 44 anos, e ficava dentro do terreno dele.

O vendedor, que mora na casa há cinco anos com a esposa e a filha, conta que procurou a prefeitura há alguns meses para reclamar do poste da rua que, segundo Mello, estava torto e poderia ceder a qualquer momento. "Procurei a prefeitura pelo 156. Eles disseram que o problema era da Copel. Eu procurei a Copel, eles enviaram uma equipe, fotografaram e disseram que não oferecia risco", afirma.

Ontem à noite, a Copel estava trabalhando na rua em que mora o vendedor. "A Copel foi avisada", reclama. "Eu tenho na minha carteira o protocolo que confirma a minha reclamação. Agora estou sem luz, sem previsão e vou perder dias de trabalho para regularizar a situação", diz. Ontem, a família optou em ficar na casa. "Iluminação? Só com vela", desabafa.

Santa Felicidade foi o primeiro a sofrer os efeitos da tempestade

Bruna Komarchesqui

Segundo balanço parcial da prefeitura, dez escolas e creches municipais sofreram danos – como destelhamento, quebra de vidros, queda de muros e alagamentos – durante a tempestade. Já o governo do estado não tinha o balanço de escolas afetadas pela chuva, até o início da noite de ontem.

Em Santa Felicidade, um dos bairros mais afetados pela chuva, os fortes ventos arrancaram parte do teto de duas das dez salas de aula da Escola Estadual Angelo Trevisan. A biblioteca também sofreu danos no teto. Segundo a diretora, Maria Gorete Paula, os 250 alunos – de 4.ª série a 9.º ano – se preparavam para o recreio, às 15h45, quando a chuva começou. "Eles ficaram apavoradíssimos, em pânico. Muitos têm celular e ligaram para os pais buscar."

Gorete afirma que ninguém se feriu. Ela conta que foi necessário desligar as luzes da escola para evitar um curto circuito. "Amanhã [hoje] é difícil ter aula. Talvez tenha parcial, mas, como é um dia de reunião, vamos ver o que pode ser feito." Uma vistoria de um engenheiro da Secretaria Estadual de Educação (Seed) está marcada para essa manhã.

Pânico também foi o sentimento dos usuários do terminal de transporte coletivo do bairro. "Foi muito assustador, era um barulho que a gente não sabia se era vento, se era chuva. Não aconteceu nada, mas deu medo", lembra uma funcionária da prefeitura que estava no local por volta das 16 horas.

Morador de Santa Feli­cidade "desde que nasceu", Altevir Trevisan afirma que nunca viu uma chuva como a de ontem. "Tinha pedras enormes de granizo, foi um tufão." De dentro do Restaurante Cascatinha, mantido pela família há mais de 60 anos, ele aponta árvores arrancadas pela raiz na parte dos fundos. Uma das araucárias do entorno tombou, atingindo o telhado do estabelecimento.

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