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Uma bala perdida tirou a vida do menino Deivid Pereira da Silva, às vésperas de ele completar o 10.º aniversário. A tragédia ocorreu por volta das 20 horas de terça-feira, no Jardim Ana Terra, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. A polícia já identificou o autor do disparo, um adolescente de 17 anos que mora na região e está foragido. "Foi uma mistura de drogas com irresponsabilidade. Ele estava armado e começou a atirar", afirma o delegado Hamilton Cordeiro da Paz Júnior, titular da delegacia do Alto Maracanã.

A polícia já entrou em contato com a família do adolescente, que se comprometeu a apresentar o acusado assim que ele aparecer. Outro rapaz que estava com o jovem foi identificado: Helderson Oliveira dos Anjos, 20 anos, que está sendo procurado pela polícia.

A hipótese de confronto entre grupos da região foi descartada pelos policiais. Apesar disso, moradores da Rua Mário Guarise, onde Deivid foi baleado, relatam que a cena que presenciaram parecia com um acerto de contas, provavelmente de drogas. "O moço que estava armado desceu a rua correndo atrás de um outro. Deu uns cinco tiros e um deles pegou o menino", conta uma dona de casa que pediu anonimato.

Tragédia

Deivid morava com a avó materna no Jardim Monza, em Colombo, e estava na 4.ª série. Como as aulas de ontem tinham sido suspensas, a mãe foi buscá-lo depois da escola, na terça-feira, para passar o dia com os pais. A amiga e vizinha Rosemeri da Silva França, 14 anos, conversou com Deivid na noite em que o garoto foi baleado. "Chegou uma hora em que falei para ele ir para casa. Ele disse que ia ver o pai no bar e comprar mais um doce", conta a menina. A distância do local onde estavam até o bar era inferior a 50 metros.

O menino levava R$ 0,30 que tinha pedido para a mãe e dois pirulitos nas mãos quando atravessava a rua e foi atingido. Deivid foi baleado no pescoço e socorrido pelo próprio pai. Ele chegou a ser levado até o pronto-socorro do Alto Maracanã e morreu por volta das 21h30. Dezenas de amigos e parentes compareceram ao velório do garoto, na casa da avó. O enterro foi no fim da tarde de ontem no Cemitério das Araucárias, em Colombo. "Ele era filho único. No dia 5 (quinta-feira que vem), iria completar 10 anos. Queremos justiça", afirma o tio Jonas Carneiro da Silva.

Rotina

A presença de crianças nas ruas do Jardim Ana Terra é comum no final da tarde e começo da noite. Depois da volta da escola, a vizinhança se reúne para brincar. Segundo amigos, Deivid se divertia jogando bola e atirando tampinhas. Porém, esse mesmo ambiente é apontado pela delegacia local como um dos locais mais violentos de Colombo.

A informação da polícia divide a opinião dos moradores. "Agora não está tão violento, mas antes tinha matança todo fim de semana", conta uma dona de casa que mora há 15 anos na região. "A violência é constante. O tráfico ocorre durante o dia, só acalma quando passa a polícia. Minha mulher quase foi atingida por uma bala perdida quando estava no portão", rebate um amigo da família de Deivid.

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