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São Paulo – Não durou sequer 48 horas o ultimato que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ao PMDB para referendar a indicação do deputado Odílio Balbinotti (PMDB-PR) para pasta da Agricultura. Na tarde de ontem, antes de vencer o prazo dado por Lula ao partido, o deputado anunciou sua renúncia em carta ao presidente do PMDB, Michel Temer (SP). O nome mais cotado para o cargo, agora, é do deputado Waldemir Moka (PMDB-MS). "Peço que comuniquem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que retire meu nome do rol de indicados para ocupar o cargo de ministro da Agricultura pelo PMDB. Agradeço a honrosa lembrança do presidente da República, aos companheiros da bancada e a todos que o apoiaram nessa indicação", escreveu.

O PMDB pretende apresentar terça-feira a Lula o nome do deputado Waldemir Moka para ocupar o cargo do ministro Luís Carlos Guedes Pinto. Terceiro secretário da Câmara, Moka é favorito por atuar na área e contar apoio do segmento agrícola. O nome do deputado Tadeu Filippelli (DF) também está no páreo, mas com menos chances do que Moka. Assim que o presidente Lula avisou que o PMDB ficaria com a pasta da Agricultura, o partido definiu que o ministério seria ocupado por um deputado da região Sul ou do Centro Oeste. A primeira opção foi Balbinotti, que caiu antes de assumir diante das acusações de falsidade ideológica e falsificação de documentos. Os nomes de Moka e Filippelli fazem parte de uma lista de cinco deputados entregue ao presidente Lula pelo PMDB para escolher o novo ministro da Agricultura. Estão na relação também os deputados Eunício Oliveira (CE), que já foi ministro das Comunicações do atual governo, e Fernando Diniz (MG). Mas, de acordo com integrantes da cúpula peemedebista, Diniz e Eunício estão descartados.

A brevíssima vida de ministeriável de Balbinotti foi provocada por um conjunto de suspeitas. A principal delas, motivo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), aponta o deputado como responsável pelo crime de falsidade ideológica. Para conseguir um financiamento do Banco do Brasil, a empresa de Balbinotti teria forjado um pedido de empréstimo de cerca de R$ 1,7 milhão em nome de parentes e funcionários. O caso foi descoberto porque um dos funcionários envolvidos foi preencher um cadastro e constatou que era devedor de uma fortuna e processou Balbinotti. O deputado se defendeu dizendo que, quando do crime, estava formalmente afastado da direção da empresa. Não convenceu ninguém. Nem o PMDB, nem o Planalto, nem a opinião pública.

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