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Vídeo| Foto: Reprodução / Paraná TV

Passagem é arriscada

O gestor de interação com o cliente da Rodonorte, Gildo Pires, explica que a passagem foi bloqueada por ser irregular e trazer riscos a motoristas que transitam na via. Desde 2000, foram registrados 32 acidentes na travessia, com 21 feridos. "Antes disso, ainda teve um acidente com três óbitos. Aquilo ali é um risco. Obviamente, (a interdição) não vai agradar a 100% das pessoas. É uma mudança de hábito", afirma.

De acordo com Pires, um estudo técnico detalhado foi elaborado e apresentado à comunidade e a lideranças políticas regionais. O gestor explica ainda que, há dois anos, foi apresentado um projeto ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER) para ser feita uma obra maior no local, mas não foi aprovado.

O fechamento de uma travessia no quilômetro 137 da BR-277, que cruzava a rodovia pelo canteiro central, próximo à praça de pedágio de São Luiz do Purunã, tem causado transtornos a moradores e agricultores da região, e até prejudicado o turismo na localidade de Tamanduá, em Balsa Nova, na região metropolitana de Curitiba. A interdição foi feita pela concessionária Rodonorte, que administra aquele trecho da rodovia, há cerca de dois meses. "Eles acharam que estariam fechando uma entrada particular, mas Tamanduá é muito mais que isso", afirma o empresário Ubiratan Pedro Bruel.

Região predominantemente agrícola, com várias plantações de soja e milho, Tamanduá abriga cerca de 80 famílias – aproximadamente 300 pessoas. Também estão localizadas naquela área granjas, criações de gado e um areial. Paisagens naturais e construções históricas atraem dezenas de turistas até a localidade. Exemplos são a Capela do Tamanduá, segunda da Igreja Católica no Paraná (fundada por jesuítas em 1730), e a Ponte dos Arcos, com 585 metros de comprimento e 60 metros de altura, construída sobre o Rio dos Papagaios.

A travessia bloqueada dava acesso de automóveis e caminhões à estrada municipal do Tamanduá. "Estamos totalmente isolados. Além de termos de pagar pedágio, não temos mais nossa entrada", reclama a moradora Josiane Rechiucki. A mesma passagem era usada por caminhoneiros para escoar a safra de grãos local até as cidades da Lapa e Palmeira. "Agora, quem sai dali (Tamanduá) em direção a Ponta Grossa tem de fazer retorno lá na frente", conta o borracheiro Luiz Carlos Lúcio. O trajeto foi estendido em cerca de sete quilômetros, mas não obriga quem sai da estrada municipal a pagar pedágio.

O presidente da Associação dos Moradores de São Luiz do Purunã, Tamanduá e Boqueirão, Joviano Antônio Rechiucki, explica que os pequenos agricultores da região não têm estrutura para pesar o carregamento de grãos que segue para cooperativas nos municípios vizinhos e, agora, com o fechamento da travessia, os caminhoneiros são obrigados a passar por balanças de pesagem e correm o risco de serem multados. "Passo reto, sem parar na balança", revela um caminhoneiro que pediu anonimato.

Já o comerciante David Humberto da Silva relata que turistas que vão na direção de Tamanduá têm feito manobras perigosas ao descobrir que a travessia está bloqueada. "Eles não sabem que tem a trincheira ali na frente e voltam na contramão pelo acostamento para pegar a entrada de São Luiz (do Purunã)", conta. Na estrada, sentido Ponta Grossa, não existe nenhuma sinalização que indique algum acesso para Tamanduá. "Além da trincheira ser estreita, quem passa por ela à noite corre o perigo de ser assaltado", alerta Josiane. Por tudo isso, os moradores da região reivindicam a reabertura da travessia.

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