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Rio – Disfarçados de agentes da Polícia Federal e usando até dois carros com logotipos falsos da PF, um grupo de 12 homens com fuzis e pistolas assaltou na noite de domingo o posto de pedágio no km 104 da rodovia Washington Luís (Rio– Juiz de Fora), em Xerém, distrito de Duque de Caxias (Baixada Fluminense).

Eles vestiam roupas de policiais federais e abordaram os funcionários dizendo que tinham que cumprir mandados de busca e apreensão. O grupo chegou perguntando pelo tesoureiro, que não estava no local, o que leva a polícia a investigar a participação de funcionários da Concer, concessionária que administra a rodovia.

Em dois dias, foi a segunda ação criminosa na rodovia. Sábado, em Petrópolis (região serrana do Rio), um grupo assaltou um ônibus que seguia para Manhomirim (MG). Essa rodovia está sendo ocupada pela Força Nacional de Segurança na altura da divisa do estado com Minas.

Na hora, alegaram que a empresa estava sendo investigada por lavagem de dinheiro. Antes de deixar o local, ainda obrigaram os dois funcionários a entrarem nos carros falsos (uma Blazer e uma picape) alegando que tinham que prestar depoimento na delegacia.

O grupo recolheu cerca de R$ 75 mil dos caixas e de um dos cofres. Segundo a Polícia Civil, eles seriam do complexo de favelas do Alemão (zona norte do Rio). Nenhum suspeito foi preso.

Os dois reféns foram identificados como Carlos Eduardo Saar (assistente de supervisão) e Edmílson Soares (chefe de segurança), que teve o revólver roubado. Ambos não falaram. A Concer não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Assim que os assaltantes foram embora, a Concer acionou a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal, que passaram a perseguir os dois carros falsos da PF, além de um outro veículo, um Pólo, pela pista sentido Rio da rodovia. Os policiais começaram a trocar tiros com os ladrões.

Na altura do km 124, a Blazer usada pelos criminosos bateu na traseira de um Monza ocupado por um casal e uma criança de 8 anos, que capotou.

Com a colisão, os ladrões pularam para a caçamba da picape e largaram os reféns. A perseguição e o tiroteio continuaram. Os criminosos acabaram perdendo o controle da picape e bateram em uma passarela da Washington Luís. Eles então desceram e fugiram em direção à favela Beira-Mar.

A comunidade foi cercada pelos PMs e patrulheiros rodoviários. Houve confrontos durante a madrugada e um suposto traficante acabou morto. A polícia não sabe, no entanto, se ele tem ligação com o caso.

Clone

Os carros tinham emblemas da PF na frente, nas laterais e na parte traseira. Foram pintados de preto para ficarem bem parecidos com os da corporação. Um deles tinha uma placa clonada da própria instituição. Os encarregados da investigação informaram que vão questionar a Concer se o assalto foi filmado pelas câmeras do circuito interno de tevê.

A PF também participa das investigações. Segundo o delegado Luiz Sérgio Góis, haveria no Rio uma quadrilha especializada em clonagem de carros policiais para crimes. Em menos de seis meses, esta é a segunda vez que carros falsos da PF são usados por criminosos. Em agosto, um grupo assaltou o bingo Botafogo (zona sul do Rio) e utilizou dois veículos parecidos com da instituição.

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