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Uma invasão silenciosa e premeditada deu início, na madrugada de ontem, a um assalto cinematográfico ao hipermercado Super Muffato, no bairro Portão, em Curitiba. Por volta das 4h20, um grupo formado por cerca de 10 bandidos armados com pistolas rendeu dois seguranças e 16 funcionários. Todos os cuidados foram tomados pelos criminosos para que nenhuma pista ou rastro fosse deixado para trás. "É o primeiro roubo a um grande mercado, nesses moldes, de que temos conhecimento", afirma o major Sérgio Cordeiro de Souza, subcomandante do 13.º Batalhão da Polícia Militar.

O modo como o grupo entrou no mercado continua um mistério tanto para investigadores como para quem foi feito refém. "Eles devem ter entrado como clientes durante o expediente normal (das 8 às 23 horas) e ficaram escondidos até o momento do assalto", imagina um dos reféns, cuja identidade é mantida em sigilo. "Ninguém ficou ferido. O negócio deles era o dinheiro", conta.

Saque

Após serem rendidos, os funcionários foram obrigados a deitar no chão e tiveram as mãos atadas. Os bandidos arrombaram a porta de acesso ao estacionamento, para onde levaram todos os reféns. Enquanto isso, o mercado foi saqueado. O dinheiro de todas as caixas registradoras e do cofre foi levado, além de celulares e aparelhos eletrônicos retirados das vitrines. "Eles se preocuparam em levar todo o sistema de monitoramento interno do mercado e mudaram a posição das câmeras que continuavam filmando", relata o major.

Usando gorros e capuzes, os assaltantes mantinham contato entre si com o auxílio de rádios e celulares. Há a suspeita de que o grupo recebesse informações de fora. "Eles não são amadores. Tudo foi bem estudado e a ação buscou os pontos fracos da segurança", afirma Souza. De acordo com o major, o tempo de permanência no mercado era cronometrado pelo grupo.

Depois de cerca de uma hora, os bandidos trancaram todos os reféns em uma sala do estabelecimento e fugiram. "Nessa hora eles falaram que quem não colaborasse iria levar coronhada", lembra a testemunha. De acordo com a polícia, a fuga do grupo foi feita em um Marea preto. "Escutei dois carros saindo", relata o refém. A ação dos bandidos não chamou a atenção dos vizinhos, e a polícia só foi notificada depois que os assaltantes já tinham fugido.

O caso é investigado pela Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). "Já ouvimos algumas pessoas, mas o boletim de ocorrência deve ser feito pelo mercado para que as investigações iniciem efetivamente", afirma o delegado titular Rubens Recalcatti. Procurada pela Gazeta do Povo, a gerência de marketing do Grupo Muffato disse não ter nada a declarar. O que resta é o trauma para quem viveu o drama: "não gosto nem de pensar. O cara poderia ter atirado na gente. Foi trágico."

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