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Responda rápido: qual é o melhor parque de Curitiba? Estatisticamente, há 45% de chance de você ter pensado, assim que leu a pergunta, em uma única resposta: Barigüi. Tradicional ponto de encontro de fins de semana, o parque continua sendo o favorito inquestionável de quem mora na cidade. É o que mostra uma pesquisa feita pelo instituto Paraná Pesquisas, publicada com exclusividade pela Gazeta do Povo.

O levantamento ouviu 700 curitibanos entre os dias 15 e 17 de dezembro de 2006 sobre a relação de parques preferidos dos moradores da capital. Havia 17 opções possíveis. Mas 45,39% dos entrevistados não tiveram dúvidas: apontaram o Barigüi como o melhor parque público da cidade. O Tanguá, no bairro Pilarzinho, vem em seguida, com 15% da preferência.

Segundo a pesquisa, os recantos naturais são, antes de mais nada, bons lugares para passear e encontrar os amigos: essa foi a resposta de 40,7% dos entrevistados. Mas o curitibano também vai ao parque para levar as crianças para brincar (19%), para descansar (13%), praticar esportes (11%) ou até mesmo paquerar (1%).

De certa maneira, o parque se torna a extensão do quintal da casa das pessoas. Ou, como preferem alguns urbanistas, são a verdadeira praia curitibana. "As pessoas estão sendo obrigadas a morar em apartamentos, pela segurança e pelas taxas de moradia mais baixas. Os parques são a praia, onde o morador encontra outras pessoas, onde as crianças podem brincar e os cachorros podem correr", afirma o arquiteto e professor da Universidade Federal do Paraná Key Imaguire Junior.

Quintal

Naturais de São Paulo e morando há cinco anos na "capital ecológica", a professora Helen Mello, 33 anos, e o designer Augusto Mello, 38 anos, transformaram o parque Barigüi no quintal de sua casa. Quando o fim de semana é ensolarado, pode apostar que o casal bota uma roupa confortável e segue para o parque. Quem fica mais feliz é o filho Gustavo, de 2 anos. "Ele sempre pede para vir", conta a mãe. Para os Mello, o Barigüi passa longe de ser um parque qualquer: eles dizem que o local é perfeito. "Não tem grades, como acontece em São Paulo, tem espaço para brincar. É como se a gente estivesse na praia", diz o pai. Durante as férias, o casal busca preencher também os dias da semana com passeios pelas ciclovias e o gramado do parque mais querido da cidade. A freqüência de idas ao Barigüi é tanta que o casal já sabe até o perfil do público que curte o local. "De manhã são mais esportistas, pessoas que vêm correr. Depois das 15 horas, o pessoal já vem mais a passeio, para encontrar os amigos. As mulheres vêm de saltão, os homens colocam som alto", conta Helen.

A preferência dos curitibanos pelo parque Barigüi vem de longa data: criado na década de 1970, é um dos mais antigos da cidade. Mas estar entre os mais velhos não basta para ser o preferido. Fernando Canalli, arquiteto da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, acredita que a infra-estrutura do Barigüi, a ciclovia, a paisagem, os bistrôs, o parque de diversões, o pavilhão de exposições e até mesmo o museu com relíquias automobilísticas formam um conjunto atraente para o curitibano. "Hoje, até os médicos receitam o Barigüi", brinca ele, lembrando que caminhar no parque é realmente uma recomendação feita com recorrência nos consultórios.

Novidade

A tradição, no entanto, não influenciou na preferência do público pelo Tanguá, o terceiro mais novo parque da cidade. O lugar conta com um espelho d’água e com um despenhadeiro que proporciona a vista de uma grande área verde. "Há muito tempo existem as belezas naturais do Tanguá, mas foi preciso emoldurar a paisagem com infra-estrutura para que ela chamasse a atenção", aponta Canalli.

Com os pés na água e longe dos barulhos da cidade grande, a bancária Rosana Carvalho Freitas diz que gosta de apreciar as belezas naturais do lugar. Ela diz que considera o Tanguá um dos mais bonitos da cidade. Por isso, levou a amiga brasiliense Sônia Motta para conhecer o local. "A gente não vem mais vezes pela falta de tempo", diz Rosana. A empolgação afetou a amiga. "Um lugar maravilhoso, tranqüilo. Olha essa natureza", dizia Sônia, uma nova apaixonada pelos parques de Curitiba.

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