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As duas principais barragens que abastecem Curitiba e região metropolitana terminam o ano com um índice preocupante: Piraquara I e Iraí possuíam em 1.º de dezembro 45,4% de sua capacidade, menos da metade registrada no mesmo mês em 2005.

A situação já foi pior. O dia mais crítico da estiagem que assolou o Paraná neste ano foi 15 de setembro, quando as duas barragens marcavam apenas 28%. Período em que a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) já adotava o racionamento nos municípios abastecidos pelas represas. O nível em Piraquara I era de 6,45 metros abaixo do normal e Iraí 4,25 metros.

As duas barragens fazem parte do Sistema Integrado da Sanepar e atendem grande parte dos domicílios da capital e os municípios de Campo Magro, Almirante Tamandaré, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais.

Perto do caos

Com a volta das chuvas, no mês de outubro, a empresa suspendeu, temporariamente, o racionamento de água, iniciado no dia 4 de agosto. As barragens voltaram a encher e têm, atualmente, quase metade de sua capacidade preenchida, 48,3%. Em dezembro de 2005, Piraquara I e Iraí estavam completamente cheias. "Foi uma estiagem muito forte. Se ela voltar a acontecer teremos um caos", afirmou o gerente de produção da Sanepar, Paulo Raffo.

A tendência é que as chuvas se mantenham constantes principalmente no verão, mas como é difícil prever a ocorrência delas, a Sanepar não deve anunciar o fim do racionamento em breve período. A empresa está fazendo a gestão do sistema e não descarta a possibilidade da volta do rodízio no abastecimento, pois considera o volume atual preocupante.

Segundo Raffo, há a expectativa que o volume de Piraquara I e Iraí continue subindo e chegue a 90% em março, mês considerado chuvoso. "Se a estiagem for normal não deveremos ter um novo racionamento", explicou. Os meses de maio, junho, julho e agosto são os que têm o menor índice histórico de chuva. "Esperamos que a previsão de chuva acima da média seja confirmada".

Dados do Instituto Tecnológico Simepar apontam que 2006 foi o ano com menor incidência de chuvas desde 1997, quando começou a medição. A média histórica é de 1,4 metro por ano. Em 2005, foi registrado 1,3 m e neste ano, faltando menos de 20 dias para terminar, somente 0,8 m caiu na região de Curitiba.

O menor índice era de 2003, com 1,1 m. "Muito dificilmente 2006 ultrapasse 2003", considera o meteorologista Reinaldo Kneib.

Ampliação do sistema

A construção de novas barragens pode ajudar em um futuro próximo a amenizar os efeitos de uma nova estiagem. As obras de construção da Piraquara II devem ser concluídas no primeiro semestre de 2007. Depois de pronta, sua ativação dependeria apenas do acúmulo de água. De acordo com Raffo, a obra deve ampliar em 21 milhões metros cúbicos de água a capacidade do sistema de abastecimento, que hoje é limitado em 81 milhões.

Ainda fase de licenciamento ambiental, outra obra é a Miringuava, em São José dos Pinhais. Estimava-se que ela entre em operação no fim de 2007 e amplie em até 15% a produção diária de água na região metropolitana.

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