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São Félix do Xingu, PA (Folhapress) – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse ontem que vai com "toda alegria" à CPI dos Correios, mas não poderá dizer se é falsa ou verdadeira a lista sobre o suposto caixa 2 de Furnas, em 2002, caso que está sob investigação da Polícia Federal.

"Irei com toda alegria. O que não posso é ir lá para dizer que a lista é falsa ou verdadeira, qualquer que seja a minha convicção. Isso não depende de mim", disse ele, em São Félix do Xingu (PA), onde esteve para assistir à implosão de uma pista de pouso clandestina na Estação Ecológica da Terra do Meio, a maior do mundo. Segundo o ministro, caberá à PF, na investigação em curso, dizer se é verdadeira ou não a lista, que teria sido elaborada pelo ex-diretor de Furnas Dimas Toledo.

Toledo deixou o cargo após a PF começar a investigar o suposto esquema. Ele nega ser o autor da contabilidade paralela. À PF o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) afirma ter recebido de Toledo, em 2002, R$ 75 mil, exatamente como registrado na lista.

"Não posso atropelar as investigações da PF. Ficamos três anos (de governo), indo para quatro, em que eu não interferi em nenhuma investigação, nem para proteger, nem para perseguir, nem para demorar, nem para acelerar. Agora, eu não vou fazer isso em um caso que a PF está investigando como tantos outros", disse, ao aterrissar às 11 h (horário de Brasília), em uma fazenda próxima ao local da implosão.

As declarações de Bastos são resposta à intenção da oposição na CPI dos Correios de convocá-lo para falar sobre o caso. O suposto caixa 2, listado em cinco páginas, aponta como beneficiários na campanha de 2002 principalmente políticos do PSDB, PFL, PTB, PL e PP, que compunham a base aliada do governo da época.

Bandeira da ética

Ao lado de Marina Silva (Meio Ambiente), Bastos disse que o presidente Lula está forte eleitoralmente e que, nas eleições, o PT deverá utilizar as bandeiras das "realizações" e da "ética". Isso apesar do comprovado uso de caixa 2 pelo partido, em operações movimentadas por Marcos Valério sob a orientação do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

"A bandeira da ética não foi arrancada das mãos do PT. Embora não pertença ao partido, eles têm o direito e o dever de desfraldar essa bandeira", disse Bastos.

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