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A fabricante de produtos lácteos Batávia registrou em 2005 um lucro de R$ 13,6 milhões, segundo balanço divulgado nesta terça-feira. Foi o primeiro ano em que a companhia, criada em 1997, fechou as contas no azul. O resultado confirma a tendência de melhora nos resultados da empresa com sede em Carambeí (na região dos Campos Gerais), que passou por mudanças em seu comando nos últimos anos. O lucro foi conquistado com uma elevação de 13% na receita, que chegou a R$ 639 milhões.

O lucro de 2005 surgiu como um sinal de alívio para os fornecedores e sócios da Batávia. A empresa enfrentou turbulências entre acionistas em 2003, período em que era gerida pela italiana Parmalat, que tem 51% de participação no negócio. Naquele ano, um escândalo financeiro revelou que a multinacional vinha fraudando a contabilidade para esconder um rombo de 14 bilhões de euros em dívidas. Essa situação financeira insustentável contaminou operações da empresa ao redor do mundo, incluindo a Batávia.

No início de 2004, os outros sócios no negócio – a Cooperativa Central de Laticínios do Paraná Ltda (CCLPL) e a cooperativa Agromilk, que juntas têm participação de 49% – conseguiram retomar na Justiça o controle da Batávia. Segundo o diretor geral da Batávia, José Antônio Fay, essa disputa não interferiu diretamente na gestão da companhia. Até mesmo a chegada do lucro entre 2004 e 2005 estava nas previsões da empresa.

Mas a crise na Parmalat levou à falta de crédito, já que o mercado deixou de financiar a empresa italiana. Ao mudar o controle acionário, os sócios da multinacional na Batávia conseguiram contornar esse problema. Tanto que, nos últimos dois anos, a empresa voltou a investir no lançamento de produtos, em campanhas de marketing e na conquista de espaço no mercado. O maior volume de vendas elevou a receita da companhia e permitiu que ela melhorasse o perfil de sua dívida. Os débitos caíram de R$ 23,9 milhões, em 2004, para R$ 21,9 milhões, em 2005. A Batávia ainda precisará de mais alguns anos de lucro para dar retorno a seus acionistas. Os prejuízos acumulados em seu balanço são de R$ 98,2 milhões.

A capacidade de conquista de mercado da empresa de Carambeí é um dos fatores que a tornam atraente para uma aquisição. A Parmalat, ao formular seu plano de reestruturação, abriu a possibilidade de vender algumas controladas, como a Etti, comprada pela Assolan. No ano passado, o mercado financeiro chegou a especular com o interesse da Perdigão pela Batávia, mas a negociação não avançou. A CCLPL e a Agromilk também demonstraram o desejo de mudar de sócio, pois estão no controle por força de uma liminar da Justiça e não por acordo com a Parmalat.

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