• Carregando...
O técnico em eletrônica Paulo Cesar da Silveira vai toda semana ao bazar do Pequeno Cotolengo em busca de eletrônicos e móveis | Jonathan Campos/ Gazeta do Povo
O técnico em eletrônica Paulo Cesar da Silveira vai toda semana ao bazar do Pequeno Cotolengo em busca de eletrônicos e móveis| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Agenda

No próximo fim de semana o curitibano conta com algumas opções de bazares:

31/03 e 01/04 – Bazar de Importados Afece, com brinquedos, eletrônicos, roupas e perfumes, das 9 às 17 horas.

01/04 – Bazar de roupas, calçados e acessórios no churrasco de aniversário do Pequeno Cotolengo. Das 11 às 14 horas.

Além desses, semanalmente ocorrem bazares no:

Pequeno Cotolengo: de segunda a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 15 horas acontece o bazar de móveis e eletrodomésticos. Às quartas-feiras tem o bazar de roupas das 12h às 14h e na segunda 4ª feira do mês, das 9 horas às 11h30 e das 13h15 às 15 horas.

Afece: toda quarta e sexta-feira das 8h às 17h e todo segundo sábado do mês.

Rede Solidária: todas as quartas-feiras das 9h às 17h e no primeiro e terceiro sábado do mês das 9h às 13h.

Melhor uso

Rede vende móveis velhos de imóveis recém adquiridos

Televisores, máquinas de lavar, brinquedos, roupas, livros, fitas VHS e móveis, muitos móveis. Os bazares realizados pela Rede Solidária acontecem todas as quartas-feiras e no primeiro e terceiro sábado do mês. O diferencial em relação a outros bazares está na fonte de seus produtos.

Originário da união de oito imobiliárias de Curitiba, o projeto Rede Solidária surgiu quando os funcionários constataram a dificuldade encontrada pelos seus clientes em se desfazerem de objetos que não seriam utilizados no imóvel recém-comprado, vendido ou alugado. Montaram então uma organização que arrecada móveis, roupas, eletrodomésticos, brinquedos e outros objetos e depois os vende em um bazar beneficente.

O lucro alcançado com esses bazares ao longo do semestre é somado e então dividido entre quatro instituições: Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Especial (Afece), Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (Fepe), Hospital Pequeno Príncipe e Sociedade de Socorro aos Necessitados. "O volume de recursos doados às 4 instituições em 2011 foi de R$ 114 mil", conta Fátima Galvão, responsável pelos bazares da Rede Solidária.

Localizada no Tarumã, a Rede busca as doações no local. Além dos bazares fixos, a instituição promove periodicamente os itinerantes, com roupas, calçados e artigos de decoração sendo vendidos em espaços cedidos por comerciantes ou pessoas da sociedade civil. O último foi realizado na Travessa Tobias de Macedo, no Centro de Curitiba, e arrecadou cerca de R$ 5 mil.

Apesar de as mídias sociais estarem sendo cada vez mais utilizadas pelo terceiro setor, é a velha e boa venda de produtos novos e usados que movimenta os barracões e o caixa dos locais especializados em ajudar o próximo. Sejam eles de frequência diária ou semestral, os bazares espalham-se por Curitiba e fazem bem ao bolso de quem vende e de quem compra.

O bazar é uma das maneiras mais baratas de arrecadação, diz Ana Lucia Jansen de Mello de Santana, coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos do Terceiro Setor (Nits) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Apesar do custo-benefício baixo, é a forma mais simples de se obter algum resultado. Não exige muito planejamento, menos ainda de um projeto para buscar apoio, principalmente humano, porque desperta bastante o interesse das pessoas em ajudar", afirma. Segundo a pesquisadora, essa ajuda vem tanto em forma de mão de obra, quanto de doações.

Diretor do Pequeno Cotolengo, entidade que acolhe pessoas com deficiências múltiplas em situação de vulnerabilidade social, o padre Rodinei Thomazella diz que os bazares promovidos pela instituição são um símbolo da solidariedade das pessoas justamente por serem compostos exclusivamente de doações. "A cada dia buscamos meios de dar amor e qualidade de vida aos nossos moradores e este é um deles. Algo que não nos serve mais juntado a uma ‘pitada’ de carinho, transforma-se em algo útil e beneficente", diz.

As vendas do Pequeno Cotolengo acontecem de segunda a sexta-feira com o bazar de móveis, utensílios e eletrodomésticos. Já as roupas, calçados e acessórios são vendidos na quarta-feira.

Outra instituição que pro­­­­­move bazares semanais é a Afece, Associação Franciscana de Educação ao Cidadão Es­­pecial. Toda quarta e sexta-feira, das 8 às 17 horas, produtos como roupas, sapatos e acessórios seminovos estão à disposição da comunidade a preços baixos.

A coordenadora do Nits salienta que além de fomentar a solidariedade, os bazares beneficiam também a comunidade do entorno dessas instituições. "Há essa relação de familiaridade e vizinhança entre o pequeno doador de recursos e a organização que recebe. O bazar aproxima a comunidade", ressalta Santana.

Oportunidades

Em tempos de mídias sociais, em que contatos e relações podem ser feitos utilizando apenas a via web, tem quem não troque por nada o contato cara a cara, olhos nos olhos. Ana Lucia de Santana acredita que as mídias sociais são uma forma qualificada de buscar sustentação, que se somam às ações de arrecadação já existentes.

Entre os frequentadores assíduos dos salões do Pequeno Cotolengo está o técnico em eletrônica Paulo Cesar da Silveira, de 48 anos. Ele vai três vezes por semana no bazar em busca de produtos para uso próprio e para consertar e revender. "Aqui sempre tem preço bom", diz.

Alternativa

Repasse de carga apreendida aumenta lucro de ONGs

Entre os bazares que geram mais recursos às instituições estão os que oferecem produtos apreendidos pela Receita Federal. Para receber este tipo de doação, é necessário que a entidade interessada envie um pedido para a Receita anexando os documentos listados na Portaria 282/2011, do Ministério da Fazenda. Quando se enquadra em todos os requisitos, a Receita faz a doação de acordo com um limite de valor dos produtos.

As entidades sem fins lucrativos que receberem estas doações poderão vender em feiras, bazares ou similares desde que emitam recibos que listem as mercadorias e quantidades vendidas e quem as comprou. Por isso existe a exigência de um documento, como RG ou CPF, sempre que o bazar tiver produtos apreendidos pela Receita Federal. Se a documentação entregue ao órgão estiver correta, a instituição entra em uma fila para poder receber outras doações.

A assistente social Ana Cláudia Fontana França garante que vale a pena seguir essas e outras exigências do órgão. Coordenadora da campanha de arrecadação de recursos para a construção da nova sede do Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, França aponta que nos bazares que contam com esses produtos o lucro final chega a triplicar. O Lar conta também com roupas novas e usadas doadas e produtos novos de ponta de estoque cedidos por lojas.

Serviço

Receita Federal

Encontre mais informações de como obter as doações de produtos apreendidos pela Receita Federal para sua organização pelo site www.receita.fazenda.gov.br/DestinacaoMercadorias/Doacoes/Orienta/defaultorienta.htm

Fonte: Receita Federal.

* * * * *

Serviço

Ligue que eles buscam

Doe roupas, calçados, acessórios, móveis, brinquedos, eletrodomésticos e alimentos. Estas entidades coletam doações no local:

Afece. Rua Paulo Turkiewicz, 668 – Tarumã. Telefone: (41) 3366-5212.

Pequeno Cotolengo. Rua José Gonçalves Junior, 140 – Campo Comprido. Telefone: (41) 3314-1900.

Rede Solidária. Rua Raul Joaquim Quadros Gomes, 493 – Tarumã. Telefone: (41) 3079-1790.

Lar Escola Dr. José Leocádio Correia. Rua José Antônio Leprevost, 331 – Santa Cândida. Telefone: (41) 3357-0002.

Fonte: organizações consultadas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]