Prevenção
Cintos poderiam ter salvado passageiros
O uso dos cintos de segurança no banco de trás poderia ter salvado a vida de Lídia Vega Kafski, 50 anos, e Celso Rodrigues Nunes, 60. Os dois estavam sem o equipamento quando a colisão ocorreu. De acordo com o engenheiro mecânico e especialista da empresa MG Inspeções, Daniel Guimarães Ariede, o uso do cinto no banco traseiro dos carros aumenta em 80% a chance de sobrevivência em caso de acidentes. "O maior problema é a falta de fiscalização. É preciso mudar a cultura do cinto no banco traseiro. Quase ninguém usa. A chance de eles sobreviverem seria grande caso usassem os cintos", afirma. Segundo o taxista Luciano Pinheiro dos Santos, o táxi tinha dois cintos de segurança de três pontos (o ideal, de acordo com o especialista) disponíveis no banco de trás do carro. O motorista do Pegeout, Vagner Horst, saiu do acidente sem nenhum ferimento. Foi salvo pelo cinto de segurança e pelo airbag. Guimarães explica que, no caso do choque frontal, como o do veículo de Horst, o airbag ajudou a protegê-lo, mas o fundamental para proteger a vida dele foi o uso do cinto.
Ao sair da balada na madrugada de sexta-feira, o motorista Vagner Horst furou um sinal vermelho e acertou a lateral de um táxi, no centro de Curitiba, matando os dois passageiros. Lídia Vega Kafski, 50 anos, recebeu o primeiro impacto e foi arremessada sobre Celso Rodrigues Nunes, 60, que também morreu. Ambos estavam sem o cinto de segurança. O motorista do táxi, Luciano Pinheiro dos Santos, 36, não ficou ferido.
INFOGRÁFICO: Veja onde ocorreu a colisão
VÍDEO: Confira as imagens da câmera de segurança
O choque entre o táxi e o veículo modelo Pegeout 308 ocorreu no cruzamento das ruas Dr. Pedrosa e 24 de Maio, em frente à Praça Rui Barbosa. Horst foi flagrado no exame do bafômetro com dosagem alcoólica bem acima da aceitável. Foi preso pela Polícia Militar e encaminhado à Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran). Salvo pelo airbag e pelo cinto de segurança, Horst foi autuado por embriaguez ao volante e duplo homicídio com dolo eventual (quando assume o risco de matar). De acordo com o delegado-titular da Dedetran, Rodrigo Brown de Oliveira, nesse caso não é possível arbitrar fiança.
O acidente
Quando embarcaram no táxi, no ponto atrás da Catedral Metropolitana de Curitiba, Lídia e Nunes queriam chegar à região Sul da capital. O taxista não tem certeza se iriam para o bairro Umbará ou Pinheirinho. "Pediram para eu pegar a Rua Nicola Pellanda", conta Santos, ainda assustado com o acidente.
Em entrevista por telefone à reportagem, ele falou sobre o percurso. "Eles conversaram entre si e os dois sentaram separadamente, nas pontas do banco de trás", explica.
O trajeto foi rápido e o táxi seguia com média de velocidade de 50 km/h. "Foram 1,9 mil metros de corrida. Não deu tempo de conversar muito com eles. Depois que vi as imagens das câmeras é que tive a noção verdadeira da força da pancada", relata.
Ao chegar no cruzamento do acidente, em frente à Praça Rui Barbosa, o sinal abriu e o táxi seguiu pela Rua 24 de maio. "O outro carro [Pegeout] veio rápido, mais de 80 km/h", comenta. O choque matou os passageiros na hora. O táxi foi empurrado com força até o meio-fio, virou de lado e atravessou o portão da Igreja Bom Jesus dos Perdões.
Imagem prova imprudência
A câmera de um dos tubos do transporte coletivo, na Praça Rui Barbosa, registrou o momento do acidente. A imagem prova que o motorista do Pegeout causou a colisão. "Temos imagens que mostram que ele furou o sinal vermelho e que trafegava em alta velocidade pela região central em um horário em que já há mais pedestres e motoristas pelas ruas", afirmou o delegado-titular da Dedetran, Rodrigo Brown de Oliveira. Veja as imagens no site da Gazeta do Povo.
Lei
Além de furar o sinal e estar acima da velocidade, o motorista também estava sob efeito de álcool. Pela lei, a presença de qualquer quantidade de bebida alcóolica no sangue (ou ar alveolar, soprado no bafômetro) caracteriza uma infração. Casos de concentração igual ou superior a seis decigramas por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligramas por litro de ar alveolar estão sujeitos à detenção de seis meses a três anos, além de multa e suspensão ou proibição de condução. O teste feito por Vagner Horst apontou 0,8 miligramas por litro de ar.
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