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Assim que o cinto de segurança se tornou obrigatório em 1995, o assunto virou piada na Lanchonete Aquaryus. O argumento era de que deveria haver cintos também nos bares, para evitar acidentes com bêbados. Um dos fregueses chegou a levar uma charge, pendurada até hoje na parede, em que um homem com um copo na mão se equilibra graças ao cinto que o prende ao balcão do boteco. Foi o suficiente para que o proprietário, Dionísio Macioski, adotasse de verdade a idéia.

"Além dos cintos, a gente comprou um kit de primeiro-socorros. A idéia era, assim como no trânsito, dar segurança total ao pessoal que vinha beber", conta, rindo, o cunhado de Dionísio, Ademir de Lara, 44 anos. Há 13 anos os dois dividem o atendimento no balcão. Como Dionísio se recupera de uma fratura na perna, Ademir tem se virado sozinho para atender os dois públicos do bar: os aposentados que chegam de manhã para jogar truco e dominó e o pessoal da noite (taxistas, garçons, jovens vindos da balada), que vão até 4, 5 horas da manhã. Não é apenas o cinto que chama a atenção. Na parede, uma placa com a inscrição "Cantinho do Doutor Daniel" lembra um dos fregueses, um promotor público aposentado que se sentava sempre à mesma mesa. "Ele era uma pessoa incrível, um coração enorme", revela Ademir.

Das especialidades da casa, destaque para a batida de maracujá, de receita complexa. À polpa, mistura-se cachaça, vodca, uísque, vinho seco e um ingrediente secreto. Quando perguntado como faz para saber se a batida fica realmente boa, já que nem ele e nem Dionísio não experimentam, pois não bebem, Ademir tem a resposta: "Sei as doses exatas e nenhum freguês reclamou até hoje."

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