• Carregando...
Cinthya, Nick e João Alexandre, criadores do Condutores de Aluguel: opção para quem não quer ser o “motorista da rodada” | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Cinthya, Nick e João Alexandre, criadores do Condutores de Aluguel: opção para quem não quer ser o “motorista da rodada”| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

R$ 1.915,40 é a multa para quem for flagrado dirigindo sob o efeito de álcool ou drogas psicoativas. Caso haja reincidência em menos de um ano, a sanção pula para R$ 3.830,80. Além da multa, há a suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

Aproveitando a falta de táxis em Curitiba e a dificuldade de convencer baladeiros a permanecerem sóbrios durante a noite, um novo serviço surgiu na capital capaz de driblar a Lei Seca. Trata-se do "motorista de aluguel", solução oferecida por duas empresas curitibanas a quem consome bebida alcoólica e precisa voltar para casa com o próprio carro. O atendimento está disponível em Curitiba e em toda a região metropolitana.

Para garantir pontualidade, interessados no "chofer" podem realizar pré-agendamento por telefone ou no site das empresas. Mas, se a pessoa saiu sem a intenção de beber e caiu nas tentações da noite, o condutor de aluguel também aceita chamadas na hora. Nesse caso, porém, a espera prometida pelo motorista sóbrio é de 15 minutos em perímetro urbano.

Uma vez contratado, o motorista reserva chega acompanhado de um motociclista, encarregado de acompanhá-lo no percurso entre a balada e a casa do cliente. Quem já usa o sistema, garante que ele é seguro. "Com o motorista reserva posso ir da minha casa com meu carro. Na volta, aciono o serviço apenas seu eu tiver bebido", diz o engenheiro agrônomo Ricardo Valente, 28 anos, que usa o "motorista reserva" semanalmente.

Ricardo é cliente da "Con­dutores de Aluguel", empresa que divulga seu serviço por meio de panfletos distribuídos em semáforos da região do Batel, em Curitiba. Ainda iniciantes no ramo, os idealizadores da empresa mantêm empregos diurnos. Mas eles já vislumbram aumento na demanda.

"Em média, são 12 chamadas por noite. Ainda há dias de baixa movimentação, principalmente entre terça e quinta-feira. Mas acredito que, em breve, eu ou o meu marido, que também trabalha como motorista em outro local, teremos de ficar exclusivamente na nossa empresa", projeta Cinthya Maisa Reis, 40 anos, que diz ter tido a ideia empiricamente. "Saíamos com amigos e sempre discutíamos sobre quem seria o motorista da rodada", diverte-se.

Já a fonte de inspiração de Marcel Takaki, de 30 anos, outro empresário que se arrisca no ramo, veio de mais longe. Ele viveu 14 anos na cidade de Nagoya, no Japão, e é de lá que diz ter importado a ideia para a criação da "Motorista Reserva". "Fazíamos reuniões em bares e restaurantes. Íamos com o próprio carro ou com o carro do cliente e lá já existia esse tipo de serviço", explica Takai, cuja empresa passou a operar em março e conta com quatro equipes, com dois condutores cada uma.

Bares oferecem vale-táxi para manter clientela

Queixa comum de empresários, a diminuição no movimento de seus estabelecimentos provocada pela Lei Seca foi contornada com criatividade por empreendedores do setor.

Nos bares Cana Benta e Es­tofaria, por exemplo, grupos a partir de quatro clientes, com consumação mínima individual de R$ 40 para os homens e R$ 25 para as mulheres, ganham vale-táxi de R$ 18 para ser usado com a operadora credenciada das casas. Além disso, grupos com motorista da rodada ganham desconto de 50% em uma porção e em uma bebida sem álcool. As medidas, segundo Délio Canabrava, proprietário das casas, ajudaram a retomar um público perdido após a implantação da lei. "Houve uma queda de 20% no movimento. Mas o público retornou, porque investimos nesses agrados."

Já no Bar do Pachá, quem vai de taxi com um amigo ganha R$ 15 para o retorno, desde que consuma, no mínimo, R$ 55 no local. Dois casais com motorista da rodada também ganham um prato da casa, que pode ser escolhido entre cinco opções pré-definidas no cardápio. Além disso, aos sábados, se o cliente for de bicicleta, ganha 20% de desconto em qualquer prato em promoção limitada a uma unidade.

AlternativaApós teste e atrasos, Interbares se transforma em Linha Gastronômica

Testada em janeiro pela Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar-PR), e projetada para entrar em funcionamento após o carnaval, a linha Interbares deverá mudar de nome e passar por mais um teste de 30 dias. A informação é de Fábio Aguayo, presidente da Abrabar.

"O projeto agora se chama Linha Gastrônomica, porque queremos beneficiar outros setores. Estamos tentando reeditar o evento Boteco Boêmia até o próximo mês de junho, ocasião que deveremos testar o serviço. Mas isso depende da liberação por parte da Urbs."

Iniciamente, o ônibus circularia em um percurso de cerca de 22 quilômetros entre quinta e domingo, das 21 horas às 4 horas. O percurso, porém, poderá mudar. "Há a possibilidade de incluirmos o Cabral e a Rua Mateus Leme," afirma Aguayo.

Os ônibus, com 27 lugares cada um, têm ar-condicionado, televisão, luzes de leitura particulares e banheiro. No projeto inicial, os tickets para embarque seriam vendidos em hotéis e bares cadastrados, ao preço de R$ 10. A assessoria da Urbs não atendeu a reportagem até o fechamento desta edição.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]