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Fiéis fazem sua homenagem à beata Irmã Dulce, a santa popular do Nordeste | Apu Gomes/Folhapress
Fiéis fazem sua homenagem à beata Irmã Dulce, a santa popular do Nordeste| Foto: Apu Gomes/Folhapress

Palavra de Bento

Papa saúda peregrinos do Brasil

O papa Bento XVI fez uma saudação especial aos católicos do Brasil e, em especial, ao peregrinos de língua portuguesa, no Vaticano, pela beatificação de Irmã Dulce, em Salvador. Depois de se dirigir aos fiéis de Portugal, cumprimentando-os pela beatificação, sábado, de Madre Maria Clara do Menino Jesus, em Lisboa, e aos brasileiros, pela beatificação de Irmã Dulce, na tarde deste domingo, o papa falou em português aos peregrinos presentes na Praça de São Pedro:

"Ao saudar os peregrinos de língua portuguesa, desejo também associar-me à alegria dos pastores e fiéis congregados em São Salvador da Bahia para a beatificação da Irmã Dulce Lopes Pontes, que deixou atrás de si um prodigioso rasto de caridade ao serviço dos últimos, levando o Brasil inteiro a ver nela ‘a mãe dos desamparados’.

Idêntica celebração teve lugar ontem, em Lisboa, ficando inscrita no álbum dos Beatos a irmã Maria Clara do Menino Jesus; ela fundou as Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição, que ensinou "a alumiar e aquecer" a multidão de pobres e esquecidos da sociedade, vendo e acolhendo neles o próprio Deus.

Enquanto confio à intercessão das novas beatas os seus familiares e devotos, as suas filhas e irmãs espirituais e as comunidades eclesiais de Lisboa e São Salvador da Bahia, de coração concedo-lhes a Bênção Apostólica."

A imagem da religiosa baiana Irmã Dulce (1914-1992) foi revelada pela primeira vez como beata às 18 horas de ontem, na missa de beatificação realizada no Parque de Exposições de Salvador.

A "bem-aventurada Dulce dos Pobres" foi recebida por dezenas de milhares de fiéis, que acenaram com lenços brancos para a imagem da nova beata.

A missionária, morta em 1992, fundou a Associação Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), criada em torno do Hospital Santo Antônio. Hoje, a entidade tem cerca de 2,3 mil colaboradores e 600 voluntários.

O rito de beatificação durou exatos 20 minutos. Primei­ra­mente, foi feito o pedido oficial de beatificação pelo arcebispo de Salvador, dom Murilo Krieger. Um dos religiosos presentes leu então a biografia de Irmã Dulce, nascida Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, em 26 de maio de 1914.

Cerca de 15 minutos depois, o cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, representante do Papa Bento XVI e presidente da cerimônia, leu, em latim e em português, a carta apostólica assinada pelo pontífice, oficializando a beatificação da religiosa.

O momento final do rito de beatificação ocorreu às 18 horas, com o descerramento da imagem de Irmã Dulce pela primeira vez como "bem-aventurada Dulce dos Pobres".

O Papa Bento XVI fixou a data de 13 de agosto como o dia de celebração da beata.

Missa

A celebração teve início às 17 horas, com a presença de dezenas de milhares de fiéis – uma multidão estimada em 70 mil pessoas. A presidente Dilma Rousseff, os governadores da Bahia Jaques Wagner e de São Paulo, Geraldo Alckmin, além do ex-governador paulista José Serra, prefeitos da Bahia e autoridades religiosas, acompanham a cerimônia.

Indo à missa de beatificação, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira aparição em público depois da pneumonia.

Após o rito de beatificação, a sergipana Cláudia Cristiane dos Santos Araújo, agraciada com um milagre atribuído pela Igreja Católica à religiosa, subiu ao altar, onde também foram exibidos objetos pertencentes à nova beata, agora considerados relíquias.

A funcionária pública Cláudia, do município de Malhador, a 49 quilômetros de Aracaju, foi salva de uma intensa hemorragia que a acometeu logo após o parto de seu segundo filho, Gabriel, hoje com 10 anos.

Cláudia e Gabriel participaram da cerimônia, depositando um arranjo de flores sob a imagem oficial da religiosa, que foi mostrada hoje e passará a ser como Irmã Dulce será conhecida entre os católicos do mundo.

Comoção

A chuva que caiu desde o período da manhã em Salvador não tirou o ânimo dos fiéis que acompanharam, desde o início da tarde de domingo, a festa de beatificação da religiosa baiana Irmã Dulce.

As caravanas, vindas de todo o país, começaram a chegar ainda pela manhã ao Parque de Exposições. "Perto do que Irmã Dulce fez, enfrentar chuva não é nada", disse, emocionada, a aposentada Maria Conceição Rossi, de Aracaju, Sergipe. "Estar em um evento como este é uma oportunidade de agradecer por todas as graças que recebemos. Há mais de dez anos rezo para que Irmã Dulce não deixe faltar nada na vida de minha família, e só tenho a agradecer."

Caravanas de Sergipe foram as mais numerosas no evento. Foi do estado, vizinho da Bahia, que saiu o caso reconhecido como milagre pelo Vaticano – o que propiciou à religiosa, morta em 1992, ser reconhecida como beata.

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