Um acervo de quase 3,5 milhões de exemplares de jornais e revistas vai contar os últimos 200 anos da história do Brasil em uma nova unidade da Biblioteca Nacional, que deve ser inaugurada na zona portuária do Rio. A instituição espera receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para organizar uma coleção de peças raras, como edições do Diário Oficial publicadas no império e exemplares dos primeiros periódicos impressos no país.
Caso liberada, a verba será usada para reformar um prédio que já pertence à biblioteca, mas que precisa passar por adaptações para receber o peso do acervo gigantesco de jornais e revistas. O objetivo é criar ali uma hemeroteca nome dado às coleções de periódicos e publicações seriadas. Atualmente, a coleção de jornais e revistas está armazenada em 17 quilômetros de prateleiras, divididas entre o edifício da zona portuária e a imponente sede da biblioteca, na Cinelândia, centro do Rio.
A instituição armazena exemplares de cerca de 60 mil jornais, revistas e outros periódicos. Além de obras impressas no início do século 19, fazem parte da coleção edições de jornais que marcaram a história do país, como A Província de São Paulo (que passou a se chamar O Estado de S.Paulo em 1890), Última Hora e Jornal do Brasil.
Todos os meses, cerca de 4 mil novos exemplares de periódicos se somam ao acervo uma vez que os editores são obrigados por lei a enviar uma cópia de suas publicações à Biblioteca Nacional, que é a responsável pela preservação da memória bibliográfica do país. A instituição guarda desde grandes periódicos a jornais de bairro, de cidades do interior, de grupos religiosos, de sindicatos e de comunidades de imigrantes.
O financiamento está sendo analisado pelo BNDES e não há previsão para a inauguração do prédio, mas a Biblioteca Nacional já faz planos para a hemeroteca. No novo espaço, o público teria acesso a parte das peças originais, além do material digitalizado ou microfilmado. Desde a década de 1980, a instituição coordena um programa nacional para gravar as páginas de periódicos em microfilme o que poupa espaço e facilita a preservação do material.
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