Furacão Juiz se defende e culpa governo por sua prisão
Rio de Janeiro O juiz Ricardo Regueira, denunciado por venda de decisões judiciais, defendeu ontem suas medidas em favor de casas de bingo e culpou ora o governo ora o Ministério Público e a Polícia Federal por sua prisão.
Ele negou ter recebido valores por decisões e disse ser perseguido por ser "independente", o que incomoda o Executivo. "Essa história foi inventada pelo governo, que incentiva a atividade depois a proíbe, e quem termina pagando são os contribuintes. Sonega direitos, depois cria operações espetaculosas (da PF), disse Regueira, que é juiz do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2.ª Região, em entrevista na sede do órgão.
Rio Em depoimento ontem para a 6.ª Vara Criminal do Rio, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), e Aniz Abraão David presidente do conselho da Liesa e presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis , negaram envolvimento com a suposta quadrilha que atuava na compra de sentenças para beneficiar a máfia do jogo. A informação é dos seus advogados, Nélio Machado e Ubiratan Guedes, respectivamente.
Guimarães, Aniz e o o bicheiro Antônio Petrus Kalil, o Turcão, foram os primeiros dos 24 acusados sem foro privilegiado a depor na 6.ª Vara. O advogado de Turcão saiu do tribunal sem falar com a imprensa.
Guimarães afirmou que seu patrimônio é resultado do dinheiro obtido com aluguéis, investimentos e remuneração paga pela Liesa. Aniz afirmou que recebe aposentadoria, que tem aplicações e que ganhou dinheiro com a venda de imóveis.
Eles afirmaram ainda que no passado tiveram envolvimento com o jogo do bicho, mas que hoje não têm relação com essa prática (tipificada como contravenção).
Antes de depor, Turcão alegou desconforto e reclamou que ficou muito tempo sem se alimentar. Ele havia comido apenas um misto quente acompanhado por um suco de caju. O bicheiro foi atendido pela equipe médica do tribunal que constatou que sua pressão estava normal.
A megaoperação da Polícia Federal atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no fim de semana: ex-vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2.ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do Tribunal Regional do Trabalho da 15.ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.
Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais 3, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6.ª Vara Criminal do Rio.
Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao Supremo Tribunal Federal.
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