Controladores citam acúmulo de vôos
Brasília Os quatro controladores de vôo que trabalharam na torre de Congonhas na véspera e no dia do acidente com o Airbus A-320 da TAM 17 de julho traçaram ontem, em depoimento na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, um quadro de problemas que expõem o acúmulo de vôos no principal aeroporto do país. Eles denunciaram que aumentou o número de reclamações de pilotos sobre as condições da pista após a reforma que não incluiu o "grooving" (ranhuras para aumentar a aderência). Também reclamaram da invasão das freqüências de comunicação com pilotos por rádios-piratas e torres de telefonia.
São Paulo A Gol afirmou ontem que, com a decisão do governo de reduzir o tráfego aéreo em Congonhas, as passagens devem ficar mais caras no aeroporto paulistano. O comentário foi feito pelo presidente da companhia, Constantino Júnior, ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de aumento de tarifas com as determinações do governo de mudanças nas malhas aéreas das companhias como resposta ao caos aéreo.
"Depende de como a nova malha aérea vai se comportar. Pode haver diferença de preço entre Guarulhos e Congonhas. Como Congonhas vai ter vôos diretos, a produtividade será menor, os custos serão maiores, e isso pode ser repassado para as tarifas'', afirmou.
Em Cumbica, de acordo com ele, pode ocorrer queda de preços. "Uma redução de tarifas manteria o estímulo à demanda.'' Ou seja, um preço menor incentivaria os passageiros a voar do aeroporto, mais afastado da capital paulista.
No segundo trimestre a tarifa média foi de R$ 190, contra R$ 168,20 no mesmo período de 2006 queda de 11,5%. A previsão da Gol é de alta de preços nos próximos meses. No segundo trimestre, em que as companhias aéreas baixaram tarifas para tentar manter a demanda, o "yield'' da Gol (ou seja, quanto cada passageiro paga a cada quilômetro voado, considerado um indicador do que acontece com as tarifas) caiu 19,2%, para R$ 0,18. Para o terceiro trimestre, a estimativa da companhia é a de que suba para algo entre R$ 0,21 e R$ 0,22.
"No primeiro e no segundo trimestres houve uma redução anormal de 'yields', mas, desde o final do segundo trimestre, vem havendo uma recuperação'', disse Constantino Júnior. "Em se retornando ao normal, que é o que percebemos que está acontecendo, a demanda se estabiliza e permite aumento de 'yields''', completou.
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