Brasília O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), acusou o empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos principais envolvidos com a máfia das ambulâncias, de tentar isentar de culpa pelo menos oito parlamentares acusados por ele em depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso.
Segundo Biscaia, o sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), encontrou 13 pontos divergentes entre os depoimentos prestados por Vedoin à Justiça em meados de julho e à CPI na quinta-feira passada.
"Eu hoje adverti o Vedoin. Disse para ele que se ficar evidenciado que há uma tentativa de isentar alguém vou mandar um ofício para o juiz (Jefferson Schneider) pedindo para que ele volte para a cadeia. Se ele está negociando, não vou admitir", alertou Biscaia.
Vedoin fez um acordo com a CPI para se beneficiar da delação premiada caso revelasse todo o esquema de corrupção da compra de ambulâncias superfaturadas.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), afirmou que os documentos apresentados por Vedoin, durante depoimento reservado à Comissão, comprovam o repasse de recursos para cinco parlamentares contra os quais a comissão tinha apenas indícios de participação em fraudes na compra de ambulâncias.
Segundo o deputado, esses recursos teriam sido recebidos por auxiliares e parentes dos parlamentares, como mostram cópias de cheques, de depósitos e notas fiscais. Deputados e senadores foram acusados de elaborar emendas ao Orçamento da União para beneficiar a Planam, que vendia ambulâncias para municípios a preços superfaturados.
Jungmann disse que o empresário apontou também irregularidades em duas licitações realizadas para a aquisição de mais de mil ambulâncias destinadas ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O presidente da CPI confirmou para amanhã, a partir das 10 h, a leitura do relatório parcial sobre o envolvimento de ao menos 90 parlamentares no esquema.
No entanto, de acordo com Biscaia, a falta de quórum pode impedir a votação do relatório.
Biscaia (PT-RJ) anunciou que o Judiciário liberou do segredo de Justiça os documentos referentes à CPI que estavam no Supremo Tribunal Federal (STF), que, desta maneira, poderão ser livremente divulgados. O presidente da Comissão considerou a decisão como de "extremo bom senso".
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