A história da primeira tradução do missal para o Brasil tem em dom Clemente Isnard seu personagem principal. Hoje bispo emérito de Nova Friburgo (RJ), na década de 60 ele foi um dos responsáveis pela edição brasileira do missal. Graças a seu trabalho, a missa que os brasileiros rezam hoje tem trechos completamente diversos do original latino, como o "Ele está no meio de nós" (o original é "et cum spiritu tuo", ou "e com o teu do padre espírito"). Falando em um encontro de liturgistas em 2002, dom Clemente contou que muitas fórmulas foram escolhidas por ele, sem ouvir a CNBB.
O bispo ainda diz que conseguiu aprovar uma versão de um texto que já tinha sido recusada pelo Vaticano: "Nossa sorte é que no momento não havia na Congregação [para o Culto Divino, responsável pela liturgia] perito em língua portuguesa. Desta forma obtivemos aprovação da simplificação do Cânon Romano, que tinha sido apresentada pelos franceses e negada... nós simplesmente havíamos copiado a proposta francesa."
Atualmente, o original em latim do Missal Romano está na 3.ª edição, de 2002. Todas as traduções devem ser aprovadas pelo Vaticano, e no Brasil ainda se usa a 2.ª edição. Por ordem de Roma, as novas edições devem ser mais fiéis ao original latino, incluindo, na consagração do vinho, as palavras "por vós e por muitos", em vez de "por vós e por todos", usadas hoje no Brasil. O padre Gustavo Haas, da Comissão de Liturgia da CNBB, informou que a tradução da 3.ª edição está em curso, e que todos os bispos brasileiros pediram ao Vaticano a manutenção do "por todos". No entanto, a Gazeta do Povo apurou que vários bispos são favoráveis ao "por muitos", em sintonia com o Papa Bento XVI.
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