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Brasília – A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reagiu ontem ao mandado de busca e apreensão autorizado pela Justiça do Rio de Janeiro na residência do cardeal-arcebispo do estado, dom Eusébio Scheid. Segundo o presidente da CNBB, dom Geraldo Majella, houve excesso do juiz que autorizou a varredura na casa do cardeal. "Não aceitamos de modo nenhuma. Foi uma invasão de domicílio. É um cerceamento da nossa liberdade de nos posicionarmos contra ou a favor de candidatos", criticou.

A polêmica teve início depois que a Arquidiocese do Rio mandou distribuir em mais de 200 paróquias da capital cerca de 750 cartazes orientando os fiéis a não votarem em candidatos favoráveis à legalização do aborto. A candidata ao Senado, Jandira Feghali (PC do B), abriu um processo contra a Arquidiocese, pois sentiu-se afetada pela campanha por ter apresentado parecer favorável ao aborto na Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados.

O juiz determinou a busca e apreensão na casa do cardeal na tentativa de recolher panfletos e material com a orientação aos eleitores, mas nada foi encontrado. A Justiça também concedeu liminar, que acabou revogada, proibindo párocos e diáconos a fazerem comentários ou referências político-ideológicas nas celebrações. O vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queirós, disse que "nem na época da ditadura militar" ações semelhantes à da Justiça do Rio foram executadas.

Segundo os bispos, a Arquidiocese do Rio "tem todo apoio" da CNBB no episódio. "Ficamos ao lado da Cúria do Rio e fizemos nossa a posição demonstrada por ela", disse dom Geraldo. Em nota oficial, a Arquidiocese do Rio reafirma o posicionamento contra o aborto e diz que "é direito do eleitor conhecer seus candidatos e suas atuações".

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