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São Paulo – Os eleitores brasileiros voltam às urnas no próximo dia 29. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à reeleição, teve 48,6% dos votos e não conseguiu encerrar as eleições. Com 99,9% das urnas apuradas, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, recebeu 41,63% dos votos e vai ser o adversário de Lula no próximo turno das eleições 2006.

A candidata do PSol, Heloísa Helena, teve 6,85% dos votos, enquanto o representante do PDT, Cristovam Buarque, recebeu 2,65%. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou 8,41% de votos brancos ou nulos. Lula precisava de 50% mais 1 dos votos válidos para se eleger em primeiro turno.

O resultado repete as eleições de 2002, quando Lula também enfrentou um tucano em dois turnos: o ex-ministro da Saúde José Serra (que venceu ontem a eleição para governador de São Paulo). No primeiro turno da eleição de 2002, Lula teve 46,44% dos votos contra 23,20% de Serra e o derrotou no segundo turno com 61,27% dos votos ante 38,73% do tucano.

O franco favoristimo de Lula na última fase da campanha eleitoral somente foi abalado quando explodiu o último escândalo ocorrido em seu governo: o chamado "dossiêgate". Na visão dos analistas políticos, o programa Bolsa-Família de Lula teve em sua campanha o mesmo efeito do Plano Real para FH em 1994 e das turbulências econômicas (e da "necessidade" de continuidade para combatê-las) para o tucano quatro anos depois. Mas a tentativa frustrada de compra de um dossiê contra políticos tucanos por integrantes do PT monopolizou os jornais na reta final de campanha e assombrou a virtual vitória de Lula no primeiro turno.

A escalada do "dossiêgate" teve o efeito de minar a blindagem de Lula. Seus adversários, principalmente o tucano Geraldo Alckmin, exploraram os detalhes do noticiário e lembraram do "mensalão", em um efeito de acumulação que, aparentemente, convenceu o eleitorado.

O quadro, no entanto, continua favorável ao petista e árduo para o tucano. Embora a ida ao segundo turno possa ser considerada uma "derrota" para o PT, que sempre apostou na vitória já no domingo, Lula mantém uma boa vantagem sobre Alckmin.

Vivas

O aliados da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República comemoraram a realização do segundo turno, que já era esperado no QG do candidato, mas a expectativa era que esse resultado seria conquistado com a ajuda dos demais candidatos. "A gente imaginava que a disputa iria para o segundo turno com a contribuição da Heloísa Helena (candidata do PSol), mas os votos foram do próprio Alckmin que surpreendeu e cresceu em quase todo o Brasil", avaliou o presidente do PPS, Roberto Freire.

Para Freire, o segundo turno será "muito duro". Ele adiantou que a campanha de Alckmin deve buscar o apoio nesta segunda fases dos candidatos Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSol). "A Heloísa foi muito crítica ao governo do PT, não acredito que ela ficará neutra num segundo turno", afirmou. A candidata, no entanto, já avisou que não vai apoiar nenhum dos postulantes.

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