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O silêncio e a tranqüilidade imperaram, durante o dia ensolarado de ontem, na Rua Doutor Aluízio França, que contorna o Parque Barigüi. Congestionamento, som alto, desordem e exibicionismo de motoristas, comuns aos domingos, não aconteceram dessa vez devido ao bloqueio da Diretoria de Trânsito (Diretran), realizado entre 15 e 19 horas. A medida agradou a maioria das pessoas, entrevistadas pela Gazeta do Povo, que freqüentam e moram próximo ao parque.

Os moradores apóiam a medida. Angélica Foltran, 78 anos, aproveitou o dia para acompanhar o movimento no parque do seu quintal. "Hoje eu vim ver o paraíso, estamos no céu. Se pedíssemos para baixarem o som aí que o volume era aumentado e já respondiam com xingamentos". Os vizinhos afirmam que o trânsito ficou melhor. "Antes a gente não tinha como sair de casa. O movimento era muito grande. Agora a gente consegue passear mesmo e sair de carro", conta a administradora Michele Marry Almeida, 23 anos.

Todos os moradores tiveram seus veículos cadastrados e, com a apresentação de um passe, podiam ter acesso a suas casas. "Para que os visitantes possam passar, os moradores devem ir até o bloqueio e autorizar a entrada", explica o diretor da Associação de Moradores e Amigos do Parque Barigüi, Mário Antônio Trentin.

Freqüentadores habituais gostaram de ver o parque mais tranqüilo. "É de estranhar, mas melhorou 100%. A gente vinha para descansar e ficava ouvindo musica alta e vendo bebedeira", considera a aposentada Adelaide Smanhotto, 66 anos. "Andando a gente percebe que melhorou. Era muita gente alcoolizada e fazendo rachas", conta a advogada Gisele Jasper, 35 anos. Com movimento menor, a Rua Doutor Aluízio França também pôde ser usada por ciclistas e para outros esportes.

Comerciantes não reclamam de queda no movimento. "O público do parque diminuiu um pouco, mas isso não faz diferença. O movimento está dentro do esperado", avalia a vendedora de água de coco, Eugênia de Souza, há oito anos no local. Mesmo com o transtorno para encontrar um local para estacionar, a secretária executiva Caroline Gonçalves, 24 anos, apóia a medida. "Era uma poluição sonora, sem falar do assédio. Levamos 30 minutos para encontrar uma vaga. As ruas são muito estreitas e íngremes. São necessários mais estacionamentos no parque", considera.

Quem estava acostumado a parar na rua e escutar música não deixou de curtir o domingo no parque, mas promete ir para outros locais nos próximos finais de semana. "Tivemos que deixar o carro longe, em local afastado. Se os moradores querem sossego, que comprem uma chácara. Sem falar que a cerveja vai esquentar rápido e teremos que mudar de parque. Semana que vem estaremos no Tingüi", afirma Maurício Luiz Pereira Junior, 20 anos.

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