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Aeroportos - 79,5% dos vôos são cancelados no Santos Dumont

Rio – Por causa do mau tempo, apenas dez dos 78 vôos previstos para ontem no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, decolaram sem problemas. O aeroporto ficou fechado durante a manhã.

De acordo com a Infraero (estatal que administra os aeroportos do país), 62 vôos (79,5%) foram cancelados e outros seis tiveram atrasos de mais de uma hora. No Galeão, quatro vôos foram cancelados e 28 (21,7% do total) atrasaram mais de uma hora. O total de vôos programados era de 129.

Em Congonhas, na zona sul de São Paulo, quase metade dos 235 vôos tiveram problemas. Ao todo, 51 atrasaram mais de uma hora e outros 57 foram cancelados.

No total, dos 1.514 vôos previstos para todo o país, 184 (12,2%), atrasaram mais de uma hora e 179 (11,8%) foram cancelados.

No Juizado Especial Cível do Aeroporto Internacional Tom Jobim, inaugurado no início do mês para solucionar problemas causados pelo caos aéreo, o conciliador Alexandre Soares disse que o movimento estava abaixo do esperado. Até o meio da tarde, apenas três reclamações haviam sido registradas, nenhuma delas era relacionada ao temporal.

O maior transtorno para os passageiros que desembarcavam no Tom Jobim, que fica num bairro afastado da região central, era conseguir chegar ao seu destino final. Não havia táxis em quantidade suficiente.

Rio – A forte chuva que começou na terça-feira à noite e se prolongou durante todo o dia de ontem soterrou um dos acessos do Túnel Rebouças, principal ligação entre as zonas sul e norte do Rio, e parou a cidade. A liberação do túnel pode demorar uma semana. Ao menos seis grandes desmoronamentos de terra – num total de cerca de 6 mil toneladas – foram registrados no local pela Secretaria Municipal de Obras. O Rebouças é a principal ligação entre as regiões norte e sul do Rio. Com a interdição, o trânsito na cidade ficou caótico, com congestionamentos principalmente na região central.

Inicialmente, a previsão da secretaria era de liberação da via em 48 horas, caso as chuvas que atingem a cidade dessem trégua. No entanto, as chuvas persistiam ontem e com isso os deslizamentos também. "Nossa intenção era liberar o quanto antes, mas enquanto não há segurança, os operários não vão trabalhar no topo da encosta. E para ter segurança tem de parar de chover", afirmou Eider Dantas, secretário de Obras.

No Aterro do Flamengo, via expressa da zona sul, os motoristas ficaram parados. Muitos desviaram por cima dos canteiros para alcançar as pistas da Praia do Flamengo, a fim de escapar do congestionamento. "Gastei R$ 50 só por causa do engarrafamento. Normalmente, a corrida sai a R$ 20. Se o motorista não tivesse feito bandalhas, eu acho que não chegaria ao trabalho", contou Patrícia Moreira, de 35 anos, que ficou três horas no Aterro.

As chuvas provocaram perdas de R$ 15 milhões no comércio do Rio. O presidente do Conselho Empresarial de Varejo da Associação Comercial, Daniel Plá, estima que a queda no faturamento foi de 50%. "A região do centro foi a que mais perdeu, com 30 mil lojistas afetados. Cerca de 2 milhões de pessoas circulam por ali e hoje (ontem) o fluxo foi reduzido em mais da metade", afirmou. Nem os shoppings, que costumam ter aumento de venda nos dias de mau tempo, saíram ilesos. "Com o principal acesso da zona norte à zona sul interditado (Túnel Rebouças), as pessoas, ou ficaram nos engarrafamentos, ou decidiram não sair de casa." Segundo ele, a perda dos centros de compras foi de 30%.

Em meio à água suja, lojistas tiravam água dos estabelecimentos e pedestres lamentavam a travessia. "Saí às 7 horas da minha casa em Santa Cruz da Serra (Baixada Fluminense) e cinco horas depois consegui chegar na esquina do meu trabalho. Agora, tenho de atravessar a imundície", reclamou Agnaldo Ribeiro, de 52 anos

A juíza Leydir Kling, diretora dos Foros Marquês do Lavradio e Haddock Lobo, do Tribunal Regional do Trabalho, deixou uma mensagem no site do TRT, avisando sobre o isolamento dos prédios pela água. "A diretora pede às partes e advogados que não se dirijam até o local", escreveu. Outras repartições públicas e o comércio liberaram funcionários cedo.

O prefeito Cesar Maia disse, por e-mail, que o Rio está preparado para enfrentar chuvas "como toda cidade do mundo". "Quando o nível de chuva ultrapassa a média, há problemas."

Em Mesquita, na Baixada Fluminense, Juan Ronaldo da Silva Ribeiro, de 9 anos, saía da escola quando caiu em um bueiro, no bairro Jacutinga. Ele ainda foi retirado do Rio da Prata e levado a um posto de saúde, onde morreu. Outra criança, cujo nome não foi divulgado, foi resgatada com vida.

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