As estatísticas do terceiro trimestre, divulgadas ontem pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, mostram que foram registrados em todo o Estado 66.320 boletins de ocorrência a menos em comparação com o mesmo período do ano passado. O órgão assinala que a queda de registros, na casa dos 11%, é reflexo da greve da Polícia Civil paulista, deflagrada no dia 16 de setembro e ainda em curso. Os números não apontam necessariamente redução da violência no Estado.
A coleta de dados foi realizada nos meses de julho, agosto e setembro, e abrange 14 dias de paralisação da polícia. O período apesar de curto, foi suficiente para resultar em variações negativas que não correspondem às médias históricas. "Há dados inflacionados pela greve", assinala o coordenador de Planejamento da secretaria, Túlio Kahn.
A ocorrência de crimes como lesão corporal, roubos e furtos teve redução atípica, na visão de Kahn. Ele afirma que, por causa da greve, o cidadão paulista não tem estímulo para registrar os boletins, principalmente no interior de São Paulo, que concentrou a maior redução em número de BOs: 14%.
As delegacias registraram 46 mil casos de lesão corporal dolosa no Estado no terceiro trimestre de 2007, ante 40 mil entre julho e setembro deste ano. Houve 130 mil furtos, ante 124 mil no mesmo período de 2008, e 55,5 mil roubos, ante 54,1 mil. As variações estão em torno de -7%.
A tese de que a redução está diretamente relacionada com a paralisação da Polícia Civil parte do princípio de que o mesmo não ocorre em casos mais graves, como homicídios, estupros, latrocínios e extorsão mediante seqüestro. Não há redução tão significativa no número dessas ocorrências e há casos com aumento considerável, como roubo de cargas.
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