Apesar de o governo repassar anualmente R$ 15 bilhões para o atendimento a cerca de 13 milhões de famílias com Bolsa Família, a porta de saída do programa continua muito distante: 88% dos beneficiados nunca conseguiram ter um único rendimento mensal proveniente do mercado formal de trabalho, entre 2004 e 2007. Dos 51,4 milhões de pessoas entre 16 e 64 anos registradas no Cadastro Único do Bolsa Família, apenas 6,4 milhões, o que representa 12%, apresentaram renda além do benefício pago pelo governo federal.
Os problemas enfrentados pelas pessoas atendidas pelo programa constam do estudo do doutor em estatística Alexandre Leichsenring apresentado no 4º Congresso do Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad), em Brasília, que teve início na quarta-feira e se encerra hoje. O estudo cita desde a baixa escolaridade até a falta de creches para que os pais possam deixar os filhos pequenos na hora de ir trabalhar. Essas dificuldades impedem que essas pessoas, de fato, consigam sair da situação de pobreza.
Um dos motivos para os beneficiados pelo Bolsa Família não conseguirem emprego no mercado de trabalho formal é a baixa escolaridade: 15,8% dos que têm mais de 25 anos e recebem o benefício são analfabetos; 65,3% não concluíram o ensino fundamental e menos de 10% conseguiram finalizar o ensino médio. "Essa situação compromete as oportunidades de inserção no mercado laboral, que se dá em geral em postos de trabalho de baixa qualidade, no setor informal, com baixas remunerações", argumenta Leichsenring. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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