Ao discursar em sessão solene da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte (ALRN) em homenagem ao dia do motociclista, nesta quinta-feira (30), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pune a imprensa por declarações de entrevistados e sugeriu que, uma vez no STF, o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, poderá exercer controle sobre o que poderá ou não ser publicado pelos jornais.
“Uma decisão lá de outro Poder, que não é o Legislativo, decidiu que, se qualquer pessoa der uma entrevista e o jornal publicá-la, se tiver fake news ali, a imprensa vai ser processada. E quem vai dizer se é fake news ou se não é fake news? Ninguém sabe. Ou alguém indicado por alguém que está no poder, que sempre pregou controle social da mídia, sempre pregou a censura. Isso não dá certo”, declarou Bolsonaro.
O ex-presidente também lembrou do seu último discurso como presidente da República, quando fez um tipo de alerta aos jornalistas dizendo que eles sentiriam falta do seu governo.
“Estamos, agora, junto com a imprensa. Sempre estive com a imprensa e a imprensa agora vai estar comigo. Chama-se liberdade. Uma das últimas palavras que eu falei quando ainda estava lá no Palácio da Alvorada foi: ‘Vocês vão sentir saudade de mim’. Não é que eu sou bom não, é também porque o outro é muito ruim”, disse.
Também na quinta-feira (30), após a repercussão negativa da decisão, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o Supremo é “um dos principais guardiões da imprensa” e que a punião somente ocorrerá em casos de “dolo, má-fé ou grave negligência” por parte do veículo de comunicação.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião