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Um grupo de jovens é acusado de provocar pelo menos quatro incêndios desde o fim do ano passado em um bairro de Quitandinha, na região metropolitana de Curitiba, causando pânico e medo entre os moradores. Uma das ações do grupo queimou doações que seriam destinadas a pessoas carentes do município. O último incêndio provocado pela gangue, na noite de terça-feira, destruiu uma casa e fez seis vítimas – entre elas, uma criança de 9 meses. Dois suspeitos foram presos em flagrante, um menor de idade foi liberado e um quarto suspeito está solto.

As seis vítimas do último incêndio estavam reunidas na casa de Eliel Saleski e Patrícia Sodré. O casal preparou um jantar para parentes: Nayane, Luiz Renato e a pequena Lorena, de 9 meses de idade. Douglas, de 6 anos, filho de Patrícia e Eliel, convenceu todos a assistirem a um filme na tevê.

"De repente eu vi uma bola de fogo entrar pela janela e deu aquele clarão", conta Nayane, 19 anos, dona de casa. A "bola de fogo", segundo a polícia, era uma bomba caseira que rompeu a janela e bateu nas costas de Luiz Renato, 26 anos. Ele estava com o bebê de nove meses no colo.

Quatro vítimas em estado grave foram encaminhadas ao Hospital Evangélico, em Curitiba. Segundo o médico Fernando Dalcumune, o bebê de 9 meses teve 18% do corpo queimado. Nayane, a vítima que deve exigir maiores cuidados, teve 30% do corpo queimado. Patrícia e Luiz Renato tiveram 15 e 10% de queimaduras, respectivamente. Nenhum deles corre risco de perder a vida.

A casa da família Saleski, feita principalmente de madeira, foi totalmente destruída. "Conseguimos salvar três colchões. Só as paredes da cozinha, que são de tijolo, ficaram em pé", conta um amigo da família que prefere não se identificar por temer a quadrilha de incendiários.

Outros casos

Desde o Natal, a gangue, do bairro Colônia Pangaré teria feito quatro ataques na localidade. Num dos ataques, foi destruído um excedente de doações, que inicialmente haviam sido remetidas para ajudar as vítimas das chuvas de Santa Catarina, no final de dezembro. Um contêiner inteiro se perdeu.

Na semana seguinte, a gangue teria jogado outra bomba incendiária em uma oficina mecânica ao lado da igreja em plena luz do dia. O fogo foi rapidamente contido por vizinhos. Há duas semanas, outro ataque. Dessa vez no Colégio Estadual Eleutério Fernandes de Andrade. Uma bomba foi jogada em uma sala de aula durante a madrugada. O incêndio apenas danificou uma cortina e fez um buraco no piso de madeira.

"Temos conhecimento desses casos, mas ninguém até agora veio registrar queixa", afirma o escrivão da cidade. Uma possível explicação para falta de queixas é o medo da quadrilha.

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