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Apesar de o laudo técnico das causas da explosão ficar pronto somente em dez dias, três irregularidades já foram constatadas pelo Corpo de Bombeiros. A principal delas é o não-cumprimento das regras definidas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Como classe 1, o local tinha autorização para ter até 40 botijões de gás (totalizando 520 quilos) armazenados, mas foram retirados de lá pelo menos 500. "A quantidade de botijões encontrada é equivalente à classe 4", afirma o primeiro-tenente Ivan Ricardo Fernandes, do setor de engenharia.

Também teria havido adulteração na placa que traz informações da empresa. Ela mostra que ela era classe 1, entretanto, o total de quilos aponta 1.560 (de classe 2). Outra norma desobedecida é que não poderia haver veículos dentro da revenda, mas quatro caminhões e um carro estavam estacionados no pátio da distribuidora. "Este foi o incêndio mais grave dos últimos tempos, por causa da quantidade de combustível que existia no local e também por ser uma área residencial", opina o tenente Leonardo Mendes dos Santos, do Corpo de Bombeiros.

O perito criminal do Instituto de Criminalística, Marcos Gabriel Pereira Bueno, informa que as causas do acidente ainda são desconhecidas. "Provavelmente o que ocorreu foi um incêndio e depois uma explosão. Se houvesse a explosão antes teria machucado as pessoas que estavam lá", afirma. Quatro botijões de 13 quilos de gás, dois cilindros de 45 quilos e vários fogareiros de dois quilos teriam explodido. "Pode ter ocorrido vazamento de gás em algum canto onde tenha fonte de ignição, que gera faísca."

A previsão é que hoje dois agentes da ANP cheguem em Curitiba para vistoriar o local. Segundo a coordenadora de fiscalização da ANP, Sheyla Oliveira, caso seja constatada alguma irregularidade que colocou em risco a segurança, uma multa de R$ 20 mil a R$ 2 milhões poderá ser aplicada.

O Corpo de Bombeiros confirmou ontem que apenas uma pessoa ficou ferida. Edivaldo Luís de Souza teve queimaduras de segundo grau no rosto, braços e costa. Souza passa bem, mas deve permanecer internado por pelo menos uma semana.

Na operação, de acordo com o Corpo de Bombeiros, foram usados 80 mil litros d’água, cinco caminhões de combate, dois carros de supervisão e cerca de 30 bombeiros. A Defesa Civil isolou 20 casas em área de risco e cerca de 70 pessoas só voltaram às residências a partir das 22 horas de anteontem. A forte explosão também deixou na quarta-feira 3.667 domicílios sem luz, no período de 18h34 às 19h02, segundo a Copel.

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