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Lama se espalhou pela cidade de Mariana e destruiu casas, além de deixar pelo menos um morto | Ricardo Moraes/Reuters
Lama se espalhou pela cidade de Mariana e destruiu casas, além de deixar pelo menos um morto| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, coronel Luiz Henrique Gualberto, afirmou na manhã deste domingo (8), que um terceiro corpo foi localizado pelas equipes de resgate na região atingida pelo rompimento das barragens da mineradora Samarco, na quinta-feira (5). Ele foi avistado do alto, próximo à Barragem de Cangonga, no município de Rio Doce, que fica a 100 km de Mariana.

Ainda não é possível saber, no entanto, se trata-se de vítima do acidente. Do mesmo modo, o coronel disse que não se pode afirmar que o corpo encontrado no sábado na mesma localidade também tenha relação com a tragédia.

O governo de Minas, portanto, recuou da informação dada pelo Twitter dos bombeiros no sábado, na qual a corporação afirmava que tinha encontrado a segunda vítima do acidente. “Desconsiderem o que colocamos no Twitter”, disse Gualberto. O comandante explicou que, em ambos os casos, apenas após confirmação das identidades é que será possível relacionar os casos ao rompimento das barragens. O terceiro corpo localizado ainda nem foi resgatado.

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O trabalho de identificação será feito no necrotério de Mariana, onde já está o segundo corpo localizado, de um homem. De acordo com o delegado regional da Polícia Civil de Ouro Preto, Rodrigo Buscamente, a unidade está preparada para executar o trabalho com agilidade.

Buscamente disse que, no caso do segundo corpo localizado, já foi colhido material genético e também as impressões digitais. “Os resultados serão comparados com material genético dos familiares dos 28 desaparecidos, que ainda será colhido, para se chegar a uma identificação. “O corpo estava em processo de decomposição”, afirmou ele, o que dificulta o processo.

Por enquanto, a única vítima confirmada da tragédia é Claudio Fiuza, de 40 anos, que era funcionário da mineradora Samarco. Outras 28 pessoas seguem desaparecidas, entre elas cinco crianças.

Esperança

O trabalho de buscas segue com sete helicópteros e 13 equipes especializadas em salvamento, que atuam por terra. O foco das buscas, em solo, ainda é o distrito de Bento Rodrigues, o mais atingido, onde 500 famílias estão desalojadas.

Na manhã deste domingo, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), sobrevoou toda a região para ter dimensão da tragédia. Em entrevista coletiva, o petista afirmou que a prioridade é o trabalho de resgate, mas reconheceu ser muito difícil encontrar sobreviventes, especialmente os 13 funcionários da Samarco.

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“A esperança diminui na medida em que o tempo vai passando”, disse o governador, que considera ser “muito difícil” que algum funcionário seja encontrado com vida. Pimentel também falou sobre a ajuda que o estado pode dar à população de Mariana.

Ele disse que, por enquanto, não recebeu nenhum pedido de auxílio financeiro da Prefeitura – na manhã deste domingo, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior (PPS), passou mal e teve de ser hospitalizado. Ele teria sofrido um princípio de enfarte. “Tentei falar com o prefeito hoje, mas infelizmente ele está internado. Mas uma eventual ajuda financeira será avaliada após os trabalhos”, completou.

Pimentel afirmou que as causas do rompimento das barragens segue desconhecida e que fez falta realmente o funcionamento de um alarme sonoro para avisar os moradores do risco que corriam, apesar de deixar claro que o equipamento não é exigido pela lei. “Mas essa é certamente uma medida que pode ser estudada para ser adotada no futuro.”

Água

A Defesa Civil de Minas informou que monitora a água do Rio Doce em 21 municípios do estado. A medida é necessária porque o rio, que é usado para abastecimento das populações locais, foi atingido pela lama, que deve chegar neste domingo ao município de Governador Valadares.

Por medida de segurança, a captação do Rio Doce está temporariamente suspensa.

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