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Coronel Roberson Bondaruk, ex-comandante-geral da PM-PR | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Coronel Roberson Bondaruk, ex-comandante-geral da PM-PR| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Balanço

Comandante apostou no modelo de polícia comunitária

Quando assumiu em novembro de 2011, o coronel Roberson Bondaruk propôs uma administração baseada em um tripé de comunitarização da PM, valorização do profissional de segurança pública e fortalecimento da corregedoria da instituição. Ao deixar o cargo, sua experiência na área de polícia comunitária está rendendo frutos: o estado já possui 14 unidades Paraná Seguro (UPS), instaladas em Curitiba e região metropolitana e no interior.

Some-se a isso a publicação de algumas cartilhas, com objetivo de trazer informações de segurança para que o cidadão pudesse aplicar no seu dia a dia, como no caso de segurança residencial. Sob sua gestão, a PM prendeu 52.139 pessoas e apreendeu mais de 11 mil armas de fogo. Com isso, houve reduções nos índices de criminalidade. Na capital, o número de homicídios caiu 20%.

A Polícia também melhorou sua estrutura: foram compradas quase mil viaturas, tanto para PM quanto para os bombeiros, além do ingresso de mais de 3 mil profissionais nas duas corporações. Ainda há mais 5,2 mil pessoas que já foram aprovadas em concurso e aguardam a contratação. Os profissionais obtiveram um reajuste salarial de 18,81% no período.

Quase dois anos após assumir o comando-geral da Polícia Militar do Paraná (PM-PR), o coronel Roberson Bondaruk deixa o cargo. Hoje toma posse o coronel César Vinicius Kogut, que estava no 2.º Comando Regional em Londrina. Bondaruk alegou motivos pessoais para pedir a exoneração da função: uma convicção pessoal sobre o tempo de permanência em cargo de comando e também por motivos de saúde. "Saio satisfeito, tranquilo de que cumpri o meu dever. Em nenhum momento foi interesse nos perpetuarmos no comando", resume.

Ele disse que apresentou o pedido de exoneração neste momento para que o novo comandante pudesse se adaptar a rotina do trabalho, iniciando 2014 com força total, já que as operações de Natal e Verão estão planejadas. "Temos por uma máxima de administração pública militar de que um comandante não deve permanecer mais do que dois anos do comando, porque já começa a haver uma queda no seu rendimento", justificou Bondaruk.

Além disso, a saúde também pesou na decisão. "Eu tive um segundo AVC, de menor intensidade. Agora passo a prestar um pouco mais de atenção a minha saúde", diz. No início de setembro, ele passou cinco dias hospitalizado por conta de um acidente vascular cerebral (AVC), o segundo em um período de três anos.

O primeiro AVC afastou Bondaruk de suas atividades por alguns meses. Naquela época, ele acumulava as funções de diretor de ensino e comandante da academia militar. "Sou um ‘trabalhólatra’. Esse envolvimento intenso faz com que a gente acabe descuidando de alguns hábitos de saúde. Essa segunda foi de menor gravidade, já superada, e não há sequelas, mas indica que precisava alterar alguma coisa no estilo de vida", avalia.

Agora que deixa o comando, Bondaruk explica que está automaticamente na reserva, depois de mais de 30 anos de serviço prestado à corporação. "Pretendo retomar minha atividade como professor, escrever livros. Tenho inclusive convites para algumas funções públicas, mas esses eu ainda estou avaliando", conta. O objetivo do coronel é descansar, mas não se afastar da comunidade. "Eu sou um homem do serviço público e pretendo continuar nesse trabalho, ter atividades que ocupem essa potencialidade que nós desenvolvemos ao longe desse tempo e pretendemos colocar à disposição da comunidade", conta.

Gaeco também precisa de rodízio, defende coronel

A mesma convicção que levou o coronel Roberson Bondaruk a pedir exoneração do cargo de comandante-geral da PM foi aplicada pelo oficial para o revezamento de policiais no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), coordenado pelo Ministério Público (MP). A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) decidiu de fazer um rodízio de policiais lotados no Gaeco, medida que vem sendo criticada por promotores que entendem ser uma clara retaliação ao trabalho do órgão, prejudicando as investigações em andamento e desestabilizando os policiais que hoje prestam serviços ao MP.

"É da nossa administração que um profissional não fique mais de dois anos na mesma função, é um estudo fisiológico que mostra que há acomodação a determinadas rotinas e para segurança pública isso é bastante complicado", pondera. Para ele, a proposta do secretário Cid Vasquez é pela melhor qualidade do serviço prestado. "Estão sendo selecionados novos policiais competentes e honestos, que vão enriquecer o trabalho que é prestado para o Ministério Público. Para nos é absolutamente fundamental o que o Gaeco faz, principalmente a depuração de profissionais de segurança pública envolvidos em criminalidade", diz.

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