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BRASÍLIA - A Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou o Brasil como o país onde mais se consome remédios para emagrecer, informou ontem o telejornal Hoje, da TV Globo. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 170 milhões de cápsulas de remédios para emagrecer foram vendidos de janeiro a julho deste ano, somente nas farmácias de manipulação.

Com uma pílula por habitante, Goiás é líder nacional em consumo de emagrecedores, seguido do estado de São Paulo, ainda segundo a Anvisa, referentes aos meses de janeiro a julho deste ano. No estado de São Paulo, para cada mil habitantes, 995 cápsulas de emagrecedores foram compradas. A terceira unidade da federação que aparece no ranking é o estado do Rio de Janeiro, com 577 pílulas para cada mil pessoas.

O levantamento considerou o uso de quatro anorexígenos (anfepramona, femproporex, sibutramina e rimonabanto). Sem levar em conta o número de habitantes, o estado de São Paulo surge como o primeiro do ranking, com 40,8 milhões de cápsulas vendidas nos primeiros sete meses deste ano.

O consumo dessas substâncias é muito alto no país, segundo o médico Antônio Gonçalves Pinheiro, integrante do Conselho Federal de Medicina. "São medicamentos vendidos apenas sob prescrição. É possível que alguns médicos estejam fazendo uso receituário indevido dessas substâncias.’’ Ele diz que o uso abusivo pode causar problemas circulatórios e distúrbio comportamental.

O Conselho Regional de Medicina de Goiás informou que desde o ano passado reforçou as orientações à classe médica sobre a prescrição desses medicamentos. Cerca de 5,7 milhões de cápsulas de anorexígenos foram vendidas no Estado, segundo o levantamento da Anvisa.

No início deste ano, a agência passou a controlar pela internet a movimentação de drogas sujeitas a controle especial em farmácias e drogarias. A coordenadora da Anvisa, Marcia Gonçalves, afirmou que a Agência vai aumentar a fiscalização, juntamente com a Polícia Federal, para coibir o uso abusivo dos produtos.

"A Anvisa já está exigindo que os médicos se cuidem que não sejam tão generosos em oferecer esse tipo de receitas, mas [o número] continua bastante alto quando comparamos com outras partes do mundo", avalia o representante no Brasil e Cone Sul do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Giovanni Guaglia.

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