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Na reta final para tentar chegar a um acordo sobre emissões de gás carbônico (CO2), o Brasil vai cobrar dos países ricos que usem dinheiro público para o novo fundo para lu­­tar contra mu­­danças climáticas. Hoje, a ministra do Meio Ambiente, Iza­­bella Teixeira, desembarca em Genebra para um encontro com 40 outros governos com a meta de definir como deve ser o fundo criado em dezembro du­­rante a fracassada cúpula de Co­­penhague. Algu­mas das principais ONGs já emitiram um co­­municado ontem apoiando a tese de que o dinheiro terá de ser prioritariamente público.

Os países ricos insistem que o dinheiro usado para o fundo deve vir de origem privada, como a venda de créditos de carbono, novos impostos sobre transações financeiras e mesmo taxas sobre passagens aéreas. Mas o Brasil e outros emergentes alertam que o fundo não pode depender desses recursos.

Em Copenhague, a meta era de estabelecer um novo acordo sobre limites de emissões de gases que substituiria o Pro­­tocolo de Kyoto a partir de 2012. Mas um dos poucos acordos estabelecidos foi de que se criaria um fundo para ajudar os países em desenvolvimento a promover uma mudança no padrão de suas economias para torná-las sustentáveis, reduzir emissões e se adaptar. Foi decidido que, entre 2010 e 2012, US$ 30 bilhões seriam coletados para o fundo e, até 2020, os países ri­cos teriam de financiar o me­­canismo com até US$ 100 bi­­lhões por ano.

O problema é que nada foi dito sobre como esse dinheiro seria levantado. Uma das ideias da ONU foi a de constituir um grupo de especialistas para pensar em formatos de financiamento, com membros como o economista britânico Nicholas Stern. O grupo que ainda conta com o bilionário George Soros, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Summers, apresentará suas propostas em outubro, um mês antes da nova cúpula do Meio Ambiente, marcada para ocorrer em Cancún, no México.

Caberá então aos governos decidir quais seriam as melhores formas de financiar o projeto de US$ 1 trilhão a cada dez anos. Stern, porém, já deixou claro que, para ter US$ 100 bi­­lhões a cada ano em um fundo, a comunidade internacional terá de contar com mais de uma fonte de renda. Até sexta-feira, a meta dos 40 países que participam das negociações em Genebra é a de tentar aproximar posições.

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